A parceria entre a Embrapa Instrumentação e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) prevê o uso de drone, que com acessórios avançados embarcados coleta informações fundamentais, como pragas e doenças, da lavoura. A produção média de algodão no país é de 1,3 milhão de ton de plumas.

Norte Agropecuário
Uma das tecnologias é o drone utilizado para captação de imagens aéreas multiespectrais e hiperespectrais, de alta resolução. (Foto Joana Silva / Embrapa Instrumentação)
Uma das tecnologias é o drone utilizado para captação de imagens aéreas multiespectrais e hiperespectrais, de alta resolução. (Foto Joana Silva / Embrapa Instrumentação)

Joana Silva
DE SÃ?O CARLOS (SP)

Com uma produção média estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 1,3 milhão de toneladas de algodão em pluma na safra 2017/2018, os produtores de algodão do estado do Mato Grosso apostam em técnicas emergentes, como a agricultura de precisão (AP) - que adota  tecnologias da informação e comunicação (TICs)  - para otimizar a produtividade e reduzir custos.

Ã? com essa proposta que técnicos do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), de grandes grupos produtores e de empresas privadas se reúnem com pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), nesta terça e quarta-feira (12 e 13) para discutir projetos em parceria que permitam o uso de soluções tecnológicas visando a sustentabilidade da cultura.

Uma das tecnologias é o drone utilizado para captação de imagens aéreas multiespectrais e hiperespectrais, de alta resolução, com sensores infravermelho, capazes de identificar a variabilidade na lavoura para obtenção de retorno econômico e ambiental. No Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), o grupo terá a oportunidade de conhecer pesquisas como os sistemas desenvolvidos para agilizar e facilitar a captação de imagens no campo com o uso de drones.

â??As imagens, aliadas a uma boa técnica de geoprocessamento, identificam com precisão a existência de pragas e falhas, problemas de solo, áreas atingidas por erosão e assoreamento de rios, área atacada com nematoide, deficiência hídrica, porque um programa de computador indica com cores específicas esses problemas que provocam prejuízos nas propriedadesâ?, explica o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Lúcio André de Castro Jorge.

O coordenador técnico de agricultura de precisão do IMAmt, Amando Pires Junior diz que o grupo espera conhecer tecnologias disponíveis desenvolvidas na Embrapa Instrumentação e discutir capacitação básica para o geoprocessamento de imagens obtidas por meio de drones.

Outro assunto que está na pauta do grupo é a discussão de avanços com o uso de veículos aéreos não tripulados em duas fazendas, a Farroupilha, de 52 hectares, no município mato-grossense de Pedra Preta, pertencente ao grupo Sementes Petrovina, no Núcleo Regional Sul, e Três Lagoas, com 200 hectares, no município de Sapezal, de propriedade do grupo Scheffer, no Núcleo Regional Noroeste.

A Embrapa Instrumentação já vem atuando em parceria com o Instituto Mato-grossense do Algodão há pelo menos uma década, com pesquisas envolvendo ciência do solo e agricultura de precisão, que deverá ser ampliada e fortalecida nesta fase mais recente.

Agora os pesquisadores do centro de pesquisa são-carlense vão realizar um estudo sobre o algodão nas duas fazendas selecionadas no estado do Mato Grosso, com o apoio do IMAmt. Eles esperam compreender o motivo pelo qual algumas áreas produzem de forma desigual.

Para o coordenador da Rede de Agricultura de Precisão, Ricardo Inamasu, com o avanço da agricultura brasileira e com o amadurecimento do tema e das geotecnologias, a agricultura de precisão desenvolveu metodologias que podem ser aplicadas nas culturas e regiões nas quais a variabilidade espacial está presente. Segundo ele, o emprego da técnica é baseada na aquisição de dados em escala e frequência adequadas, interpretação e análise desses dados, gestão e implementação de uma resposta a uma escala espacial e de tempo.

Estado potencializa uso de tecnologia

A busca por avanços tecnológicos garante a sustentabilidade da cultura e mantém a liderança do estado como maior produtor de algodão do Brasil.

Com a produção estimada na safra 2017/2018, Mato Grosso será responsável pelo equivalente a aproximadamente 67% da produção brasileira, em uma área de 783 mil ha de um total de 1,2 milhão semeado no País. Responde por cerca de 70% das exportações de pluma do Brasil que, por sua vez, está consolidado entre os cinco maiores produtores e exportadores mundiais da fibra natural.

Aproximadamente 40% da produção de Mato Grosso é consumida no mercado doméstico e o restante é exportado para países como Vietnã, Bangladesh, Indonésia, China e Coreia do Sul, entre outros. (Da Embrapa Instrumentação)

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