A Controladoria da União afirmou que a apuração identificou diversas irregularidades na execução e prestação de contas.

Da Redação

A Policia Federal em parceria com a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal deflagram, na manhã desta quinta-feira (24), a Operação Déjà Vu na cidade de Araguaína. A ação visa combater esquema de desvios de recursos federais repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao município de Araguaína (TO), em serviços prestados de forma terceirizada pela organização social Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), na gestão do atual prefeito da cidade Ronaldo Dimas.  Vários mandados foram expedidos.

A investigação, iniciada após auditoria da CGU, reuniu centenas de provas relacionadas à atuação de fachada do Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), oficialmente constituído sob a forma de organização social sem fins lucrativos, mas que atuava com finalidade empresarial, voltada à obtenção de lucro e que estava atuando na cidade.

Conforme a Controladoria, após vencer, de maneira fraudulenta, licitações com a Prefeitura de Araguaína, para gerenciamento da saúde na localidade, o Instituto contratava, de forma direta, empresas ligadas aos seus gestores, fazendo beneficiamento de seus clientes.

A Controladoria da União afirmou que a apuração identificou diversas irregularidades na execução e prestação de contas, que vão desde o superfaturamento na aquisição de produtos e serviços, até a “maquiagem contábil”, operacionalizada por meio de registros de gastos genéricos, sem a demonstração objetiva da aplicação dos recursos, contabilizados como despesas administrativas e operacionais. 

A Controladoria da União disse que o prejuízo estimado aos cofres públicos é da ordem de R$ 7 milhões, relativos aos valores desviados pelo Instituto no município. Por meio de contrato com a Prefeitura de Araguaína, o IBGH era responsável - até abril de 2018 - por cerca de 390 funcionários e pelos serviços de saúde ofertados à população em três unidades: Hospital Municipal (HMA), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Anatólio Dias Carneiro e no Ambulatório de Especialidades Médicas. A contratação previa pagamentos mensais de cerca de R$ 2,3 milhões.

A Operação Déjà Vu consiste no cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Araguaína (TO), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Brasília (DF). Também foram decretadas medidas cautelares assecuratórias de bens, direitos e valores das pessoas físicas e jurídicas envolvidas. Os trabalhos contam com a participação de oito auditores da CGU e 90 policiais federais.

Os investigados devem responder pelos crimes de Fraude a Licitação (90 da lei 8.666/03), Organização Criminosa (art.2º da lei 12.850/13), Lavagem de Dinheiro (art.1º da lei 9.613/98), Peculato (art. 312 do CP), Corrupção Ativa (art.333 do CP) e Corrupção Passiva (art.317 do CP).

O nome da operação faz referência a palavra francesa que significa "EU JÁ VI", fazendo alusão ao fato de que esse esquema criminoso de desvio de recursos públicos da saúde por meio de organizações sociais "já foi visto" em outras unidades da federação. (Com informações da PF)

 

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