Aumento de casos de câncer de mama no Tocantins reforça a importância da detecção precoce

O câncer de mama continua sendo um dos principais desafios de saúde pública no Brasil, com um impacto significativo na vida de milhares de mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 73 mil novos casos da doença são diagnosticados a cada ano no país, evidenciando a importância de um diagnóstico precoce e do tratamento adequado. A prevenção e a conscientização continuam sendo armas fundamentais na luta contra essa doença.

Panorama Nacional do Câncer de Mama

Conforme os dados mais recentes do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), o Brasil tem registrado um aumento constante nos diagnósticos de câncer de mama, com as **neoplasias malignas** representando a grande maioria dos casos. Em 2023, o Brasil teve milhares de novos diagnósticos, sendo que os carcinomas in situ, um tipo menos invasivo da doença, constituem uma pequena, mas relevante, parte desse total. Esses carcinomas são encontrados geralmente em estágios iniciais, o que aumenta as chances de cura e diminui a necessidade de tratamentos agressivos.

 Situação do Câncer de Mama no Tocantins

No Tocantins, a realidade não é diferente. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) apontam que, em 2023, foram diagnosticados  290 casos de câncer de mama, sendo 285 neoplasias malignas  e  05 carcinomas in situ. Esse número, que acompanha a tendência nacional de crescimento, reforça a necessidade de políticas públicas focadas na detecção precoce e tratamento, principalmente em regiões mais remotas.

Já em 2024, até o momento, foram identificados 69 novos casos, dos quais 68 neoplasias malignas e 01 carcinoma in situ.  Embora o número seja menor em comparação ao ano anterior, especialistas alertam que os dados de 2024 ainda não estão completos, o que torna essencial a continuidade de campanhas de prevenção e o acesso facilitado aos serviços de saúde.

A História de Superação de Maria Aparecida Silva

Para muitas mulheres, o diagnóstico de câncer de mama é um momento transformador e desafiador. Maria Aparecida Silva,  de 52 anos, moradora de Palmas, recebeu o diagnóstico de câncer de mama em 2022. Sua jornada ilustra as dificuldades e a superação enfrentadas por tantas mulheres ao redor do país.

_”Quando recebi o diagnóstico, o chão se abriu para mim. Eu nunca imaginei que pudesse passar por isso. A primeira reação foi de medo, medo do tratamento, do futuro, de deixar minha família desamparada. Mas com o apoio dos médicos e da minha família, eu enfrentei a doença de frente”_, relembra Maria. Após passar por cirurgia e quimioterapia, Maria está em remissão e agora participa de grupos de apoio a outras mulheres diagnosticadas com câncer de mama.

_”O mais importante é não perder a esperança e seguir as orientações médicas. A prevenção é tudo, e se eu tivesse feito os exames regularmente, poderia ter detectado antes e talvez não precisasse de um tratamento tão invasivo”_, aconselha Maria.

A experiência de Maria reforça a importância da conscientização e da realização regular de exames preventivos, como a mamografia, que pode identificar o câncer de mama em estágios iniciais, aumentando significativamente as chances de cura.

A Perspectiva Médica

O oncologista Dr. Roberto Mendes alerta sobre a gravidade da doença e a importância da detecção precoce: “O câncer de mama é uma doença silenciosa que pode não apresentar sintomas no início. Por isso, é fundamental que as mulheres realizem exames preventivos regularmente, especialmente aquelas com histórico familiar ou outros fatores de risco”

Dr. Roberto também destaca que, nos casos em que o diagnóstico ocorre em estágios avançados, o tratamento tende a ser mais agressivo, com menores chances de cura. _”Infelizmente, ainda encontramos muitas mulheres que só procuram ajuda médica quando os sintomas já estão avançados. O câncer de mama, quando diagnosticado precocemente, tem uma taxa de cura superior a 90%, mas isso depende muito da conscientização e do acesso a serviços de saúde adequados”_, explica o médico.

Impacto e Medidas de Prevenção

O câncer de mama é uma doença que, quando detectada em estágios iniciais, oferece grandes chances de cura. Para isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são as principais ferramentas no combate à doença. Exames de rotina, como a mamografia, devem ser realizados por todas as mulheres a partir dos 40 anos, ou antes, se houver fatores de risco.

Além dos exames regulares, é importante que as mulheres conheçam seu corpo e estejam atentas a qualquer alteração na mama, como caroços, alterações na pele ou no mamilo, e secreções. Em caso de qualquer mudança, é fundamental procurar um médico para uma avaliação adequada.

Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de mama, o acesso aos serviços de saúde ainda é um desafio em muitas regiões do país, como no Tocantins. A ausência de dados completos sobre óbitos relacionados à doença impede uma avaliação mais profunda do impacto do câncer de mama na mortalidade feminina na região. Entretanto, os números de novos casos indicam que a doença continua sendo uma ameaça significativa, exigindo atenção contínua das autoridades de saúde.

Dr. Roberto também enfatiza a importância do apoio psicológico para as pacientes. _”O câncer de mama afeta não apenas a saúde física, mas também a saúde emocional das mulheres. O medo, a incerteza e o impacto do tratamento podem ser devastadores, por isso é essencial que essas mulheres recebam apoio psicológico durante todas as fases do tratamento”_, conclui.

O crescimento dos casos de câncer de mama no Brasil, e em estados como o Tocantins, reforça a necessidade de uma atuação efetiva das políticas públicas de saúde, garantindo o acesso a exames preventivos, diagnósticos precoces e tratamentos adequados. A história de mulheres como Maria Aparecida Silva mostra a importância de enfrentar a doença com coragem e apoio, enquanto os especialistas, como o Dr. Roberto Mendes, alertam para a gravidade da doença e a importância de exames regulares.

A luta contra o câncer de mama deve ser contínua, com foco na conscientização e no fortalecimento da rede de saúde, para que todas as mulheres possam ter acesso ao tratamento e, assim, aumentem suas chances de vencer a doença.

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