A região das várzeas tropicais tocantinense é uma das maiores produtoras de sementes, abastecendo lavouras do Tocantins, além dos estados de Goiás, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí e Roraima. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) alerta aos produtores rurais sobre a possibilidade da propagação da doença Antracnose, que é uma doença que ataca plantas de soja em todas as fases de desenvolvimento nesta época do ano, na região.
A gerente de agrometereologia da Seagro Denise Gomes pontua que nesse sistema de cultivo em várzeas, as condições de plantio, irrigação e clima criam um microclima favorável para instalação desta doença (antracnose) e faz com que doenças predominantes variem sua intensidade de uma safra para outra. “Logo, torna-se necessária a constante supervisão (monitoramento) das lavouras para verificação da ocorrência da enfermidade evitando, assim, maiores prejuízos”, reforçou.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Seagro, Thadeu Teixeira, entre os meses de julho a setembro, a cultura da soja só pode ser cultivada nas regiões de várzeas tropicais em função da excepcionalidade ao calendário de plantio da soja para produção de sementes. “A região da várzea é formada pelos municípios de Cristalândia, Lagoa da Confusão, Pium, Dueré, Formoso do Araguaia, Guaraí e Santa Rita do Tocantins”, citou.
Para o engenheiro agrônomo da Seagro Alexandre Barreto, essa região da Lagoa da Confusão concentra a maior área de cultivo. “Diante das condições de solo e topografia a subirrigação é a estratégia adotada pelos produtores, nesta modalidade a água é fornecida diretamente às raízes das plantas pela ascensão da umidade no perfil do solo”, detalhou.
Denise lembra ainda que devido às particularidades desta modalidade de irrigação ocorre a elevação da umidade relativa do ar entre as fileiras de plantio. “Esta alta umidade associada às altas temperaturas, típicas desta época do ano, criam condições propícias para a instalação de diversas doenças, entre elas a Antracnose”, alertou concluindo, que deve preconizar o monitoramento constante da lavoura e controle preventivo, com rotação de princípios ativos, com o intuito de preservar as moléculas já existentes.
Prevenção
Para o Inspetor da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Cleovan Barbosa, a antracnose é uma das principais doenças que ameaçam a soja no Tocantins e no Brasil, a antracnose impacta diretamente a produtividade do agricultor. “Temos observado um avanço especialmente no Cerrado, onde as condições de alta temperatura e umidade, somadas a alguns ambientes pobres em potássio, favorecem a ocorrência do fungo. Para combater a doença, é preciso atuar preventivamente, adotando medidas como utilizar sementes de boa qualidade, variedades com um certo grau de resistência, espaçamento adequados e principalmente rotação de princípios ativos para que o fungo não crie resistência e preserve as moléculas já existentes, dentre outros cuidados”, alertou o inspetor da Adapec.
Área e produção
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de produção de grãos na região de várzeas, nesta safra 2020/2021, para o cultivo do arroz irrigado deve chegar a 108,4 mil hectares, colhendo 616,28 mil toneladas de arroz. Já para a soja subirrigada, a previsão é cultivar uma área de 62,60 mil hectares e colher 186,81 mil toneladas de soja, com a finalidade para produção de sementes.
Antracnose
A Antracnose é uma doença fúngica causada por Colletotrichum dematium var truncata que pode atacar as plantas de soja em todas as fases de desenvolvimento. Esta enfermidade pode causar a morte de plântulas, necrose dos pecíolos, mancha nas folhas, hastes e vagens, acarretando perda de produtividade. Os sintomas mais evidentes aparecem nos ramos tenros e sombreados da planta e em vagens em início de formação.(Assessoria de imprensa)
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