Com o fim do prazo de registro de candidaturas para as eleições municipais deste ano, já é possível dizer que o Brasil continua longe de ter uma quantidade de candidatas mulheres que ocupe o mesmo espaço na disputa daquele que as brasileiras representam na população.
Enquanto somos 52,5% do eleitorado, as candidaturas femininas neste ano, para prefeita, vice-prefeita ou vereadora, representam apenas 33,3% do total. Foram pouco mais de 522 mil pedidos de registro de candidatura, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo cerca de 183 mil de mulheres. Mesmo abaixo de uma real representação da população brasileira, esses dados são um recorde para as eleições municipais: em 2016, as candidaturas femininas foram 31,9% do total e, em 2012, 31,5%.
“É Um baixo crescimento, ainda muito tímido, em que pese o esforço realizado no último ano por vários partidos”, avalia a coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, deputada federal Professora Dorinha (DEM).
Segundo a parlamentar, alguns motivos explicam esse crescimento aquém do desejável. “Nós entendemos que, além do efeito da pandemia, também tem toda uma questão de uma política contínua de formação, para que as mulheres possam despertar esse interesse, ter segurança em relação ao envolvimento na política, a questão do financiamento não é automático, ainda está sob controle dos líderes partidários”, enumerou.
Cartilha
Buscando incrementar esse crescimento tímido, a Secretária da Mulher da Câmara dos Deputados lançous, no fim do mês de setembro, a cartilha "Mais Mulheres na Política-Eleições 2020". O documento foi confeccionado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, em colaboração com a Secretaria da Câmara.
Professora Dorinha explica que a cartilha orienta as mulheres que estão envolvidas na disputa político-partidária. “Desde o ponto de vista da organização de campanhas, da estruturação do trabalho a partir da identificação de lideranças, a legislação e, logicamente, a garantia em relação ao financiamento.”
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