Pela primeira vez na história da perícia criminal do Tocantins foi realizada a reconstrução de uma face em 3D de ossada para fins forenses. Os restos mortais esqueletizados utilizados para a reconstrução foram encontrados na cidade de Araguaína. A perícia antropológica da ossada estudada estimou os dados biotipológicos como sendo de um indivíduo do sexo feminino, com estatura estimada de 1,60 metros, idade estimada entre 45 e 60 anos, apresentando características físicas de indivíduo miscigenado (ancestralidade negróide e caucasóide), ainda não identificada.
A divulgação dessa primeira reconstrução facial forense em crânios humanos para auxiliar na perícia de cadáveres não identificados tornou-se possível graças ao Termo de Cooperação Técnica assinado entre a Secretaria da Segurança Pública (SSP-TO), por meio da Superintendência da Polícia Científica, e Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade de São Paulo (USP).
“Esse projeto, que inclui a USP e UFU, tem a coordenação geral do professor doutor Rodolfo Melani e reúne, além Segurança Pública do Tocantins, os institutos médico legais de São Paulo, Minas Gerais e Roraima, assim como outras Universidades e Institutos de tecnologia”, explica Dunya.
Reconstrução
O processo forense de reconstrução facial em 3D é realizado em duas etapas. Primeiro, os peritos do Núcleo especializado em Antropologia Forense e Odontologia Legal (NEAFOL) do IML/TO fazem a fotogrametria do crânio para obtenção das imagens, a análise morfológica do crânio e mandíbula (cranioscopia), mensura as medidas do crânio (craniometria) para o estabelecimento do perfil biotipológico. Após realização da Perícia na ossada, os dados são encaminhados para o Departamento Odontolegal da Universidade de Uberlândia, onde o professor doutor Thiago Beaini e equipe realizam a segunda etapa que consiste na reconstrução facial forense por meio de utilização de programas específicos, seguindo critérios e metodologias científicas para determinação de espessura de tecidos moles, anatomia do nariz, olhos e lábios.
As imagens obtidas são inseridas no programa que produzirá um modelo tridimensional realista do crânio. Adaptada sobre a topografia óssea do crânio, os tecidos moles proporcionarão uma estimativa da aparência do indivíduo periciado que pode ser compartilhada ou comparada ao banco de desaparecidos do Estado. (Assessoria de imprensa)
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