Anos desafiadores frente a indústria automotiva levaram a expressão “carro popular” perder todo o sentido — uma vez que o real valor cobrado está longe do patamar de 47% dos brasileiros.
Dólar, impostos e custo de fabricação afetam o preço dos carros
A crise sanitária não só afetou a população, como também impactou fortemente na economia. Dentre os fatores que corroboram para a expressividade “aumento”, estão em destaque a inflação e a alta do dólar, ambos, considerados pontos de partida para a elevação do custo de produção, e consequentemente aumento no preço final ao consumidor.
O reflexo deste cenário mostra vários modelos populares que já superam os R$ 90 mil reais. O Voyage da Volkswagen, a maior fabricante de automóveis do mundo, iniciou 2021 sendo vendido por R$ 73.190, atualmente a mesma versão em 2022 já alcança R$ 93.990, um aumento de aproximadamente 29%, com base na tabela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em entrevista ao anuário da indústria automobilística Brasileira, o ano de 2020 foi marcado pela queda de 26,2% nas vendas dos automóveis, o que ocasionou a perda da posição do Brasil no ranking global para a França.
“O início de 2020 sugeria a continuidade da retomada, permitindo que em janeiro a ANFAVEA projetasse um crescimento nas vendas de 10% no ano. Mas esse bom momento foi solapado pela Covid-19 a partir de março, fazendo com que encerrássemos o ano retrocedendo para os pífios volumes da crise de 2016, e sem perspectivas de uma recuperação plena a curto prazo”, afirmou Moraes.
As crises vivenciadas pelos brasileiros podem ser mitigadas por decisões corajosas por parte de todos os entes públicos e privados. A expectativa para 2022, segundo a ANFAVEA, é que as reformas estruturantes sejam retomadas com força e senso de urgência ainda com base nas movimentações políticas/eleições deste ano.
Expectativa ANFAVEA
Com tantas variáveis sanitárias e econômicas sobre os brasileiros, a ANFAVEA fez suas previsões para 2021 com grande cautela. Para as premissas a expectativa é de “8,5% nas vendas, chegando a 2,3 milhões de veículos licenciados, sendo 2,143 milhões de veículos leves e 157 mil veículos pesados. Nas exportações a meta é mais "moderada", chegando a 390 mil unidades de automóveis e alta de 3,6%.
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