O mercado financeiro do Brasil vai trabalhar de forma agitada nesta semana, é o que indicam os especialistas. A nível mundial, a economia tem vivido dias turbulentos em virtude da situação de conflitos vividos principalmente entre Ucrânia e Rússia e assistida com apreensão por muitos países.
Com forte influência das ações políticas, no início desta semana, a bolsa teve o maior tombo em quase 1 ano e a Petrobras sofreu uma queda de 10%. O dólar registrou uma alta significativa e o real sofreu o pior desempenho entre as principais moedas.
Nas ações do mercado doméstico, a bolsa brasileira fechou em queda. Ibovespa caiu 3,27% aos 116.012, a maior queda do índice de referência desde novembro de 2021. O dólar passou dos R$ 5,30 no câmbio, e teve valorização pouco menor do que 3%. Nos Estados Unidos fechou em alta de 1,19% o índice de referênci da Bolsa de Nova York nesta segunda-feira, 24.
O desempenho ruim ocorre na contramão do mercado internacional. Nos Estados Unidos, o índice de referência da Bolsa de Nova York, o S&P 500, fechou em alta de 1,19% nesta segunda. Os indicadores Dow Jones e Nasdaq avançaram 1,34% e 0,86%, respectivamente.
No mercado de criptomoedas, o bitcoin (BTC) e ethereum (ETH), permanecem em alta nesta terça-feira, 25, um reflexo dos resultados depois de ontem, 24. O principal fator para este saldo é a Nasdaq, que por volta das 12h desta terça-feira, saltava 1,48% ? a 11.113 pontos, segundo dados do MarketWatch.
Ainda ao meio-dia, Ethereum ultrapassava mais uma vez a criptomoeda líder do mercado em termos de porcentagem, com saldo positivo de 3,82% nas últimas 24 horas.
Especialistas avaliam cenário
Para o investidor Ian Bruno, que possui escritório em Palmas(TO), o Brasil vive ainda consequências econômicas das políticas públicas, segundo ele necessárias, que foram utilizadas para contenção da situação vivida nos últimos anos com o coronavírus e outros.
“Os países, por exemplo, com moedas fortes, com alta inflação, precisam desesperadamente aumentar a taxa de juros para que não haja um descontrole da desvalorização da moeda, o dólar, por exemplo. O euro a gente tem como exemplo que está tendo essa questão de alta inflação, que chegou até nove por cento alguns meses atrás e agora está está baixando, como é o caso nos Estados Unidos. Acredito que possa haver uma estagnação na sua alta de juros e até mesmo uma baixa nessa alta de juros. Por conta disso aumentaram a taxa de juros para controlar a inflação e agora que ela está controlando talvez eles consigam diminuir”, disse o investidor.
Sobre a queda brusca na valorização do BTC, Ian Bruno aponta que ao analisar a situação de forma ampla, percebe-se uma situação imediata desfavorável, mas com possibilidades de melhoria a longo prazo.
“No contexto geral, nós estamos vindo de um momento onde teve muita oferta para pouca demanda, o que vai gerar uma consequente situação onde poucas pessoas vão ter muita quantidade de moeda. Tem muitos grandes compradores de Bitcoin que continuam comprando mesmo na Baixa e essas pessoas vão ficar com mais Bitcoin. Uma consequência que isso vai gerar é a escassez no mercado. Então acredito que é só uma questão de tempo para que ela volte a subir. Quando isso vai acontecer, o quanto ela vai subir, ninguém pode prever. Mas eu tenho uma visão otimista pelo menos pra pra Bitcoin, no médium, no longo prazo”, afirma Ian Bruno.
Gabriel Machado, Economista e contador
Para o professor da Unitins e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis do câmpus Dianópolis da Unitins, Gabriel Machado, economista e contador, o que o mercado financeiro quer é estabilidade política, credibilidade política e previsibilidade política.
“É inevitável que a política influencie todo o mercado financeiro de um país. Estamos prestes a uma eleição de segundo turno agora dia 30 de outubro e quanto maior o extremismo entre as pessoas, maior a polarização e o enfrentamento direto entre as pessoas, isso faz com que seja pior para os investidores. Ontem tivemos um caso de polarização extrema com o caso do Roberto Jefferson e isso fez com que a bolsa recuasse 3,27% e o dólar subisse 3,02%, disse Gabriel.
O especialista aponta ainda que esse cenário de enfrentamento, polarização e extremismo só vem a contribuir negativamente a toda economia de um país, pois afeta diretamente o investimento, que afetará emprego, renda e aí por diante. Gabriel cita que se houver uma escalada desse extremismo, a previsão para essa semana é que a bolsa caia ainda mais e dólar suba, o que contribui negativamente para a economia do país.
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