Vovô Noel…
Despeço-me da esposa e vou para o comércio da cidade cheio de disposição fazendo conta do que tenho guardado na milionária conta poupança da federal que só me reserva o direito de usar um cartão de débito; crédito!? Não, débito mesmo. Natal chegando, presentes… almoços e jantares, no churrasco os amigos apreciam a picanha com osso bem passado que só eu sei fazer, nada de champagne ou louríssimas geladas servidas em taças de cristais de Bacarat, o guaraná em copos americanos fica bem mais charmoso e elegante e, faz bem para a saúde.
Alegre vou cantarolando pelas ruas da linda e aprazível cidade, busco na sorte em qual dos tantos shoppings vou parte de minha fortuna gastar… Vou cantando músicas várias em tons variados num desafino total e, pensando que um dia ensinei Pavarotti a arte do cantar; saltitando vou em frente em um longo caminhar, preciso urgente uma bicicleta comprar, nada de Lamborghini, Camaro nem pensar.
Em dado momento, rindo da vida a valer, pensei em tirar a barba! Ano novo… visual novo! Minha “baixinha” amada vou agradar, no “coiffeur” logo à frente, à arte meu rosto vou entregar – “Oi Vovô Noel!”. Do outro lado da rua infante voz gritou; eu o olhei, olhou-me ele também, agachei-me abrindo os braços para um abraço, veio correndo o pequeno príncipe, pés descalços de roupinhas rotas e sem brilho no olhar disse-me quase sem força que queria um brinquedo ganhar.
Um carrinho novinho, um lanche e um copo de guaraná, fez aquele menino feliz e eu, escondido me pus a chorar, orei por ele pedindo para Deus o guardar… Ficou meu amigo… Meu convite ele aceitou! Garoto de palavra! Veio à Escola Bíblica Dominical e diz querer continuar. A barba, na face se nega a sair e eu, para Deus, continuo a trabalhar.
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