No último sábado, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, concedeu uma entrevista ao UOL, onde na ocasião, afirmou que, se os “requisitos legais” forem atendidos, na “responsabilidade e na qualidade da prova”, há a possibilidade de Bolsonaro ser preso.
“Se nessa conjunção de elementos se chegar a essa conclusão [pela prisão], se os requisitos legais são atendidos, esse é um caminho possível, e aqui falo hipoteticamente”, disse Rodrigues.
Na última semana, o ministro Flávio Dino (Justiça) também afirmou que as investigações contra o ex-presidente são conduzidas de forma séria, isenta e técnica. Afirmou ainda que as apurações estão longe do fim.
“Cabe a mim garantir ao povo brasileiro, especialmente à população de Minas Gerais, que a investigação é técnica, séria, isenta e está sendo bem conduzida. Bem conduzida no sentido de não haver interferência externa, nem no sentido de perseguições, nem no sentido de haver proteções”, disse o ministro dia 21.
O ministro admitiu a possibilidade de o passaporte de Bolsonaro ser apreendido, mas afirmou que, por enquanto, essa solicitação ainda não foi feita à Justiça. “Não antecipo investigação, não presido investigação. O que posso falar é que legalmente é possível. Nesse momento ainda não houve esse pedido”, afirmou.
Repercussão
A eventual prisão de Bolsonaro ganhou forte destaque na semana retrasada, com a revelação de que as jóias recebidas pelo ex-presidente haviam sido colocadas à venda. Além disso, o nome Bolsonaro também, foi relembrando recentemente quando o seu filho, Jair Renan Bolsonaro, foi investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O cenário em que Bolsonaro poderia ser preso atiçou a militância petista, e movimentos sociais ligados ao governo pretendem incorporar o pedido de prisão de Bolsonaro no rol de reivindicações das manifestações no 7 de Setembro.
Apesar disso, integrantes do governo e articuladores políticos dizem torcer para que uma prisão, caso ocorra, seja em cumprimento a uma solicitação do Ministério Público Federal e com robustez de provas.
Entenda
De acordo com o UOL, o ex-presidente está no centro de apurações que apontam a existência ao seu redor, e com o seu estímulo, de um grupo que alimentava reais expectativas de aplicar um golpe de Estado e barrar a posse do presidente eleito em 1º de janeiro.
FIlho sai em defesa
O senador Flávio Bolsonaro condenou a fala do diretor-geral da Polícia Federal. Ele disse à Folha: “Não há motivos para pré-condenação de Bolsonaro em absolutamente nada do que está sendo acusado, pois sequer há crime. O chefe da PF dar esse tipo de declaração, além de parecer torcida de um cupincha do Flávio Dino, mostra que ele aparelhou uma respeitada corporação para perseguir adversários políticos. Quem tem que ser preso é ele por abuso de autoridade.”
“A perseguição [a Bolsonaro] faz com que a população fique mais simpática a ele. Pesquisas mostram que ele continua forte e que o apoio dele para eleição de 2024 vai ser decisivo”, diz o filho mais velho do ex-presidente.
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