Nesta quinta-feira (4), o furacão Beryl foi rebaixado para a categoria 3, após causar ao menos sete mortes e danos significativos no sudeste do Caribe e na Venezuela. De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, o furacão se move em direção ao México e às Ilhas Cayman com ventos sustentados de até 200 km/h.
Mesmo com a perda de intensidade, o NHC alertou que Beryl pode se fortalecer novamente ao passar pelas Ilhas Cayman, causando ventos destrutivos e um perigoso aumento do nível do mar. Este é o primeiro furacão da temporada do Atlântico de 2024, que se estende de junho a novembro.
Autoridades do sudeste do México ordenaram o fechamento de escolas e prepararam mais de 100 abrigos. Além disso, mobilizaram centenas de militares para reparos nas linhas de energia. O furacão deixou um rastro de destruição: três mortos em Granada, um em São Vicente e Granadinas e três na Venezuela. Na Jamaica, mais de 400 mil pessoas ficaram sem energia elétrica na quarta-feira.
Em resposta à gravidade do fenômeno, o primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, pediu à população que respeitasse as ordens de evacuação, especialmente em áreas propensas a inundações e deslizamentos de terra.
Os cientistas atribuem a intensidade do furacão às mudanças climáticas, que aquecem as águas dos oceanos e aumentam a probabilidade de intensificação rápida de tempestades. Beryl é o primeiro furacão a atingir a categoria 4 em junho e a categoria 5 em julho desde o início dos registros do NHC.
A NOAA previu uma temporada de furacões extraordinária, com até sete furacões de categoria 3 ou superior, destacando que as águas do Atlântico Norte estão entre um e três graus Celsius mais quentes que o normal.
Situação nas Ilhas atingidas
Em Granada, o primeiro-ministro Dickon Mitchell afirmou que a ilha de Carriacou ficou quase isolada, com casas, telecomunicações e instalações de combustível devastadas. Em São Vicente e Granadinas, 90% das casas na ilha de União foram destruídas, conforme relatou o primeiro-ministro Ralph Gonsalves. A reconstrução exigirá um esforço significativo.
O secretário da ONU para o clima, Simon Stiell, afirmou que a mudança climática está elevando os desastres naturais a níveis de destruição sem precedentes, citando o furacão Beryl como um exemplo do impacto das alterações climáticas.
Relacionado
Link para compartilhar: