Operação Máximus: PF investiga esquema de venda de sentenças no Tocantins e afasta quatro magistrados do Judiciário Estadual

Na última sexta-feira, 23, a Polícia Federal iniciou a Operação Máximus, com foco em investigar crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e a atuação de uma suposta organização criminosa no Judiciário do Estado do Tocantins. A operação levou à prisão do advogado Thiago Sulino de Castro e de Thales André Pereira Maia, filho do desembargador Helvécio de Brito Maia, ambos acusados de envolvimento em esquemas de venda de sentenças judiciais.

 

Além das prisões, foram cumpridas 60 ordens de busca e apreensão em Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. As ações incluíram visitas a gabinetes de juízes no Fórum de Palmas, salas de desembargadores no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), escritórios de advocacia e residências dos investigados.

Durante a operação, na residência do desembargador João Rigo, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), foram encontradas armas longas. O TRE-TO, no entanto, informou que a operação não estava direcionada à instituição.

O TJ-TO foi notificado na tarde de sexta-feira sobre o afastamento do desembargador Helvécio de Brito Maia Neto e do juiz José Maria Lima, conforme decisão cautelar do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O TJ-TO afirmou que a medida visa garantir a integridade das investigações e que não houve comunicação oficial sobre o afastamento de outros membros do Judiciário tocantinense. O tribunal destacou que as atividades no Tribunal, na Corregedoria-Geral da Justiça e em outras unidades ligadas ao Poder Judiciário continuaram normalmente.

Somente o STJ pode confirmar os motivos do afastamento do juiz José Maria Lima. Recentemente, o juiz José Maria negou, em duas ocasiões, recursos do Podemos contra a mudança de partido do deputado Júnior Geo, decisão que permanece válida. Também foi esclarecido que o presidente do Igeprev na gestão do ex-governador Marcelo Miranda não tinha autoridade para aprovar, rejeitar ou julgar aplicações, conforme jurisprudência nacional.

A Operação Máximus também determinou o sequestro de bens dos envolvidos, com o objetivo de bloquear ativos financeiros e propriedades para evitar que sejam ocultados durante o processo investigativo. Ainda não houve pronunciamentos públicos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o caso. As investigações continuam, e novos desdobramentos são esperados, incluindo possíveis audiências e a continuidade das apurações sobre a rede de corrupção no Judiciário tocantinense.

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