Na última sexta-feira, 23, a Justiça Eleitoral de São Paulo determinou a suspensão dos perfis em redes sociais de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB. A decisão, concedida pelo juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz, atende a um pedido do PSB, partido de Tabata Amaral, que também é candidata à prefeitura. A liminar foi concedida sob alegações de abuso de poder econômico por parte de Marçal.
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) ordenou a suspensão temporária das contas de Marçal no TikTok, Instagram, YouTube, X (antigo Twitter), Discord e no seu site oficial. A plataforma TikTok, controlada pela empresa chinesa ByteDance, foi a primeira a acatar a determinação, enquanto as demais redes sociais ainda estavam ativas até a última atualização desta reportagem. Marçal possui 2,6 milhões de seguidores no TikTok.
O PSB acusa Marçal de pagar apoiadores para editar e divulgar vídeos em redes sociais através de um esquema envolvendo mais de 5 mil perfis. De acordo com a denúncia, o candidato realiza concursos entre seus apoiadores, oferecendo prêmios como incentivo. O juiz Zorz argumenta que há indícios de que Marçal tem utilizado essas práticas para ampliar seu alcance nas redes sociais e gerar engajamento de forma inadequada. Ele afirma que Marçal “fideliza e desafia seguidores, que o seguem numa desenfreada busca de ‘likes’ em troca de vantagens econômicas”.
Em resposta à decisão, Marçal fez uma live no Instagram no sábado, 24, criticando a medida e sugerindo que ela faz parte de um esquema para prejudicá-lo politicamente. Ele afirmou que a decisão é “uma liminar sem nenhum fundamento” e que não teme as consequências. O candidato também pediu aos seus seguidores que registrassem vídeos de apoio e afirmou não ter medo de autoridades políticas ou judiciais.
A decisão da Justiça Eleitoral impôs uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da medida. A liminar pode ser contestada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
Tabata Amaral, candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo e ex-deputada federal, comentou que a decisão da Justiça Eleitoral indica que Marçal pode ter utilizado recursos ilegais para promoção eleitoral. Ela comparou a situação a um “antidoping” no contexto eleitoral, destacando que a decisão é uma liminar.
Relacionado
Link para compartilhar: