71% das mulheres já sofreram e pedem mais segurança nas eleições de 2024

 

Uma pesquisa realizada pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com o apoio da Uber, traz um dado preocupante: 71% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência durante seus deslocamentos diários. O estudo, que entrevistou mais de 4.000 mulheres em todo o país, mostra que o medo e a insegurança são parte da rotina de muitas, especialmente das mulheres negras e LBT (lésbicas, bissexuais e transexuais), que apresentaram índices ainda mais elevados de violência, com 82% e 84%, respectivamente, enfrentando situações de abuso.

Com a proximidade das eleições municipais de 2024, os dados ganham relevância. O levantamento revela que 9 em cada 10 mulheres acreditam que a segurança feminina deve ser uma prioridade nas eleições. Isso reflete a necessidade de políticas públicas que garantam mais segurança nos transportes e nas ruas.

A pesquisa também destaca que 97% das entrevistadas sentem medo ao se deslocar pela cidade, sendo que 80% relataram sentir "muito medo". Entre os maiores temores estão assaltos, sequestros, estupros e assédio sexual, com preocupação especial nas grandes cidades como o Rio de Janeiro, onde 48% das mulheres já foram vítimas de assaltos.

A falta de policiamento e a iluminação precária das vias públicas foram apontadas como os principais fatores de insegurança. No Rio de Janeiro, 69% das mulheres citaram a ausência de policiamento como uma questão crítica. Nacionalmente, 74% das entrevistadas pedem melhorias na iluminação pública e 71% solicitam a revitalização de espaços públicos abandonados como forma de aumentar a segurança.

A maioria das mulheres reconhece a importância de políticas públicas para melhorar a segurança nas cidades. A pesquisa revelou que 90% das brasileiras desejam que a segurança das mulheres seja tratada como uma prioridade pelos candidatos nas eleições de 2024. As prefeituras desempenham um papel crucial nesse contexto, já que são responsáveis pela iluminação pública, gestão de espaços urbanos e o transporte por ônibus, enquanto a segurança pública é uma tarefa compartilhada com os governos estaduais.

Entre as principais demandas das mulheres estão o aumento do policiamento, a ampliação das linhas de ônibus e a criação de campanhas de conscientização sobre a violência contra a mulher. Também pedem mais rigor nas investigações de casos de violência e punição dos agressores.

Embora haja expectativas de melhorias públicas, muitas mulheres já adotam estratégias pessoais para minimizar os riscos durante seus trajetos diários. Elas evitam áreas desertas ou mal iluminadas, escolhem onde se sentar no transporte público e avisam familiares sobre seus percursos. No entanto, essas práticas acabam limitando o direito de circulação das mulheres pela cidade e reforçam a necessidade urgente de políticas que garantam uma segurança ampla e eficaz.

O estudo evidencia que a insegurança nos deslocamentos é uma realidade para a maioria das mulheres brasileiras e que políticas públicas são essenciais para mudar esse cenário. Com as eleições de 2024 se aproximando, a segurança das mulheres em seus trajetos é um tema que precisa ser tratado com seriedade.

"A pesquisa mostra que as mulheres sentem muito medo quando saem de casa e sabem quais iniciativas podem aumentar sua segurança. Por isso, consideram que esse deve ser um tema prioritário nas eleições municipais", destaca Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.

A pesquisa traz um panorama claro da realidade enfrentada pelas mulheres brasileiras e faz um alerta para os candidatos: a segurança feminina deve ser o foco das políticas urbanas, para que as cidades sejam inclusivas e seguras para todos.

 

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