O 5º Boletim Climático divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do Tocantins revelou um aumento significativo nos focos de queimadas no estado entre os dias 3 e 9 de outubro de 2024. O documento alerta para a continuidade de condições climáticas adversas, com chuvas irregulares, elevação das temperaturas e queda na umidade relativa do ar. Esses fatores têm contribuído para a intensificação das queimadas, registrando um aumento de 37% nos focos em comparação à semana anterior.
Ao todo, foram registrados 355 focos de queimadas distribuídos em 57 municípios tocantinenses, com destaque para as cidades de Formoso do Araguaia e Mateiros, que concentraram 12,1% dos focos cada uma, totalizando 43 ocorrências em cada município. Pium também se destacou, registrando 23 focos, o que corresponde a 6,5% dos casos.
As condições de estiagem permanecem severas no estado, com precipitações esparsas e insuficientes para modificar o quadro atual. O monitoramento hídrico indica que, com exceção de um aumento pontual nos níveis dos rios Paranã e Palma — atribuídos à liberação de água nas comportas da Usina Hidrelétrica Peixe Angical e da Central Geradora Barra do Palma —, a maioria dos rios continua apresentando níveis reduzidos, característicos do período seco.
Aumento nos Focos de Queimadas
Segundo o monitoramento realizado pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma) da Semarh, utilizando dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a situação é crítica. O boletim alerta para a previsão de mais incêndios nas próximas semanas, especialmente nas regiões com maior concentração de áreas de vegetação seca, o que aumenta a vulnerabilidade a novos focos de fogo.
Além dos principais municípios afetados, outras cidades, como Santa Tereza do Tocantins e Monte do Carmo, também registraram números preocupantes, com 21 e 20 focos de incêndio, respectivamente. A alta disseminação dos focos preocupa as autoridades ambientais, que reforçam a necessidade de ações preventivas e de conscientização da população para minimizar os impactos das queimadas no estado.
Chuvas Irregulares e Elevação de Temperaturas
A análise meteorológica do boletim confirma a irregularidade das chuvas em todas as regiões do Tocantins durante o período analisado. A região norte registrou precipitação média de apenas 2,8 mm, enquanto a região central apresentou 29,7 mm. No entanto, a região sul do estado não registrou precipitações, consolidando um cenário de seca intensa, com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar reduzida a 47%.
Essas condições, associadas ao desmatamento e às práticas inadequadas de uso do fogo, criam um ambiente propício para a propagação de incêndios em áreas naturais e agrícolas, gerando prejuízos econômicos e ambientais.
Impactos Ambientais e Ações Recomendadas
O boletim ainda aponta que as queimadas estão concentradas tanto em áreas privadas quanto em territórios de domínio estadual e federal, o que destaca a complexidade de monitoramento e controle dos incêndios. A Semarh recomenda a intensificação das ações de fiscalização e educação ambiental para prevenir novos focos e mitigar os danos causados pelos incêndios florestais.
O aumento da concentração de partículas de fumaça no ar também representa uma ameaça à saúde pública, levando o Ministério da Saúde a emitir recomendações à população para reduzir os riscos à saúde respiratória, incluindo o aumento da ingestão de água, permanência em ambientes fechados e a redução de atividades físicas ao ar livre.
A previsão climática para os próximos dias segue indicando riscos de fogo elevados, o que exige atenção redobrada das autoridades e da população para evitar a propagação de novos focos e os impactos subsequentes ao meio ambiente e à saúde pública.
O 5º Boletim Climático e de Riscos de Incêndio do Tocantins destaca a necessidade urgente de medidas mais eficazes para controlar o aumento dos focos de queimadas. O estado enfrenta um período de seca prolongada, com chuvas irregulares e condições meteorológicas que favorecem a ocorrência de incêndios. A situação demanda esforços coordenados entre governo, comunidade e setores produtivos para minimizar os impactos ambientais e garantir a preservação dos recursos naturais do Tocantins.
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