Comércio varejista tem leve alta em setembro, mas acumula perdas no trimestre

A prévia do Índice Getnet (IGet) ampliado para setembro de 2023 apontou um leve aumento de 0,1% na atividade varejista em comparação ao mês anterior, interrompendo uma sequência de cinco meses consecutivos de queda. No entanto, o índice apresenta uma retração anual de 9,2% e, ao considerar o terceiro trimestre, registra uma queda acumulada de 5,2%, conforme dados divulgados pelo Santander Brasil Macroeconomic Research.

O IGet restrito, que exclui as vendas de partes e peças automotivas, apresentou uma retração de 1,3% em relação ao mês anterior e uma queda de 11% na comparação anual. Esses números reforçam o cenário de desaceleração do setor, que ainda opera abaixo dos níveis pré-pandemia.

Desempenho por setores vajerista

A análise dos segmentos que compõem o IGet revela um cenário predominantemente negativo. O segmento de combustíveis teve uma retração de 3% em setembro, ainda refletindo os impactos da alta nos preços ocorrida em agosto. Supermercados e artigos farmacêuticos também registraram quedas de 0,6% e 1,8%, respectivamente.

Outros setores, como móveis e eletrodomésticos (-1,4%), vestuário (-1,1%) e artigos de uso pessoal (-1,3%), também apresentaram contribuições negativas ao índice restrito. Por outro lado, as partes e peças automotivas mostraram recuperação, com alta de 3,6%, sendo o principal motor positivo do índice ampliado.

Ociosidade no comércio varejista

Os dados comparativos com a média de 2019, período anterior à pandemia, mostram uma ociosidade de 18,9% no índice restrito e de 21,1% no ampliado. Isso demonstra que, apesar de alguns setores registrarem leves melhoras mensais, o comércio varejista brasileiro ainda está longe de retomar seu ritmo anterior à crise sanitária.

O IGet, desenvolvido em parceria com a Getnet, utiliza dados de transações eletrônicas de pagamento em uma amostra representativa do comércio nacional. Ele tem sido utilizado como um importante termômetro da atividade econômica no setor varejista, oferecendo uma visão mais abrangente da movimentação financeira no país.

Perspectivas para o varejo

O leve crescimento em setembro indica uma possível estabilização do setor varejista após meses de retração. No entanto, a recuperação plena ainda enfrenta desafios, especialmente devido à persistente ociosidade e à volatilidade de preços em segmentos chave, como combustíveis e alimentos. O cenário econômico atual, com inflação controlada, mas ainda presente, e uma lenta retomada do poder de compra da população, continua a pressionar o desempenho do comércio.

Para os próximos meses, a expectativa é que o setor siga oscilando, com a possibilidade de novas altas pontuais, impulsionadas por fatores sazonais como as festas de fim de ano. No entanto, uma retomada robusta dependerá de condições macroeconômicas mais favoráveis, como maior controle da inflação e retomada do crescimento da renda.

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