Polícia Militar descobre fábrica clandestina de cigarros em Dianópolis com capacidade de 1 Milhão de unidades por dia

Uma operação da Polícia Militar do Tocantins resultou na descoberta de uma fábrica clandestina de cigarros na zona rural de Dianópolis, localizada a cerca de 338 quilômetros de Palmas. A ação ocorreu após uma investigação da Polícia Militar da Bahia, que apreendeu um caminhão carregado de cigarros contrabandeados em Feira de Santana. A carga apreendida no estado vizinho havia sido rastreada até sua origem no Tocantins, levando os policiais ao local.

Confronto Armado e Mortes

Durante a abordagem policial na fábrica, houve uma intensa troca de tiros entre os agentes e os seguranças do local, que tentaram fugir para uma área de mata. No confronto, dois suspeitos acabaram mortos. Segundo a Polícia Militar, ambos os indivíduos eram oriundos de Minas Gerais e do Piauí. Um terceiro suspeito, que seria o gerente da fábrica, foi preso e está colaborando com as investigações.

Produção Ilegal e Condições de Trabalho Precárias

A fábrica clandestina possuía uma estimativa de produção diária de até um milhão de cigarros, distribuídos em seis marcas distintas, todas de origem paraguaia e sem autorização para serem comercializadas no Brasil. As condições de trabalho no local levantaram ainda mais suspeitas: os policiais encontraram um alojamento com capacidade para 18 pessoas, em condições degradantes, sugerindo que os trabalhadores poderiam estar sendo mantidos em regime de cárcere privado e submetidos a trabalho forçado. Nenhum funcionário estava presente durante a operação, mas indícios apontam que muitos seriam paraguaios, trazidos ao Brasil para a fabricação dos cigarros.

Investigação da Polícia Federal

A Polícia Federal foi acionada e já iniciou uma perícia na fábrica para coletar mais evidências. Além das condições de trabalho, outro ponto de investigação é a procedência dos equipamentos. A PF investiga se uma das máquinas usadas na linha de produção clandestina pode ter sido furtada da Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro, em março deste ano. Um inquérito já foi instaurado para esclarecer as atividades da fábrica e suas conexões com redes de contrabando internacional.

Desdobramentos e Preocupações com o Contrabando

Essa operação revela mais uma faceta das redes de contrabando de cigarros, que têm expandido suas operações em regiões do Brasil, criando um mercado paralelo que coloca em risco tanto a saúde pública quanto a segurança dos trabalhadores. O uso de mão de obra em situação de vulnerabilidade e a suspeita de escravidão contemporânea trazem à tona questões sobre a fiscalização e a necessidade de um combate mais intenso contra o contrabando e a exploração ilegal.

A operação continua em andamento, com novas etapas de investigação previstas para os próximos dias, conforme o aprofundamento das perícias e depoimentos dos envolvidos.

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