O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nomeou a ex-senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), um dos principais órgãos consultivos do sistema de justiça brasileiro, responsável por definir diretrizes para o sistema prisional e criar políticas públicas voltadas para a população carcerária. A nomeação, publicada no Diário Oficial na segunda-feira (21), coloca Kátia como suplente em uma das 13 cadeiras do conselho. A posição, não remunerada, permite que ela participe de comissões e análises de temas penitenciários, exercendo o direito ao voto em substituição a um titular ausente.
A presença de Kátia Abreu no CNPCP adiciona uma perspectiva diversificada ao conselho, que já conta com representantes de diferentes áreas do Direito Penal, incluindo juízes, procuradores, policiais penais, professores e especialistas do campo jurídico. Além da visão de gestores públicos e especialistas em políticas penitenciárias, a ex-senadora e empresária traz sua vasta experiência na administração pública, notadamente em áreas como agricultura e desenvolvimento econômico, adquirida ao longo de sua carreira política.
Experiência e trajetória de Kátia Abreu
Kátia Abreu é uma figura política de destaque no cenário nacional. Formada em Psicologia, a ex-senadora também construiu uma carreira sólida no agronegócio, onde é reconhecida por seu papel de liderança. Desde o início de sua trajetória política, na década de 1990, Kátia Abreu ocupou cargos influentes no setor agropecuário, sendo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET) por quatro mandatos consecutivos, de 1995 a 2005, e posteriormente liderando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) de 2008 a 2011. Sua atuação foi marcada pelo fortalecimento das relações entre o setor agropecuário e o governo federal, com um enfoque em políticas que incentivassem a produtividade e garantissem o desenvolvimento sustentável no campo.
Durante sua passagem pelo Senado Federal, entre 2003 e 2022, Kátia Abreu se destacou por defender os interesses do agronegócio e foi, por várias ocasiões, uma das principais vozes desse setor no Congresso Nacional. Em 2014, foi nomeada ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo Dilma Rousseff, onde sua atuação incluiu a defesa da expansão das exportações agrícolas brasileiras e a consolidação de parcerias comerciais com outros países. Entre suas principais contribuições, está o trabalho para fortalecer a imagem do agronegócio brasileiro no exterior, buscando manter o equilíbrio entre produtividade e sustentabilidade.
Em 2018, Kátia Abreu candidatou-se a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT), terminando a eleição na terceira colocação. Em 2022, disputou sua reeleição ao Senado pelo Tocantins, mas não conseguiu vencer. Desde então, a ex-senadora passou a se dedicar a projetos pessoais e, agora, volta à esfera pública com sua nomeação no CNPCP.
Nomeação para o CNPCP: Implicações e desafios
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é responsável por desenvolver e recomendar políticas para o sistema penitenciário, uma área que enfrenta sérios desafios no Brasil. Dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apontam para uma superlotação no sistema prisional brasileiro, que abriga mais de 800 mil detentos, sendo o terceiro maior sistema carcerário do mundo. Nesse contexto, o CNPCP tem um papel fundamental na formulação de políticas que promovam a reintegração social dos presos, a redução da violência dentro dos presídios e a melhoria das condições de vida dos detentos.
Como suplente, Kátia Abreu não terá direito ao voto em todas as deliberações, mas poderá participar de comissões e auxiliar na análise de questões importantes para o sistema penitenciário. Essa função permite que a ex-senadora traga sua visão estratégica para o conselho, com potencial para contribuir na formulação de políticas de longo prazo para o sistema penitenciário.
A presença de Kátia Abreu no CNPCP pode gerar uma nova dinâmica, especialmente considerando que a ex-ministra não possui um histórico específico em políticas criminais ou penitenciárias, mas traz consigo um amplo conhecimento de gestão pública e de processos decisórios complexos. Analistas apontam que sua experiência como ex-ministra e líder de entidades representativas pode enriquecer o debate, especialmente em questões que envolvem a coordenação entre os setores público e privado na busca de soluções para os problemas enfrentados pelo sistema penitenciário.
Estreia como comentarista na CNBC Brasil
Além de sua nomeação para o CNPCP, Kátia Abreu também estreia em novembro como comentarista na CNBC Brasil, novo canal de notícias voltado para economia e negócios. A emissora, comandada por Douglas Tavolaro, ex-Record e fundador da CNN Brasil, contará com 12 comentaristas fixos, chamados de “comentaristas notáveis”, especializados em áreas estratégicas. Kátia Abreu foi convidada para integrar o elenco com foco em temas de transição energética, um campo que tem ganhado destaque mundial pela busca de alternativas sustentáveis para a produção e o consumo de energia.
Essa será a primeira vez que Kátia Abreu atuará na televisão, marcando sua estreia como comentarista em um canal de notícias. A escolha da CNBC Brasil reflete o respeito que a ex-ministra tem no setor agropecuário e sua familiaridade com temas relacionados à sustentabilidade. Entre 2014 e 2016, durante sua gestão no Ministério da Agricultura, Kátia implementou políticas que visavam equilibrar a produtividade do setor agropecuário com práticas ambientalmente responsáveis.
Como comentarista de transição energética, Kátia deverá abordar temas como a adoção de fontes de energia renováveis, o impacto da energia limpa no agronegócio e a posição do Brasil no cenário internacional em relação ao desenvolvimento sustentável. A CNBC Brasil transmitirá 15 horas de jornalismo ao vivo diariamente, incluindo conteúdo exclusivo da rede internacional CNBC, que opera em mais de 80 países.
A trajetória multifacetada de Kátia Abreu
Kátia Abreu tem uma trajetória que combina política, agronegócio e agora comunicação. Sua participação em setores tão diversos reflete uma adaptação às mudanças de contexto e às demandas do mercado. Além de ser reconhecida pela defesa do agronegócio, Kátia também desenvolveu um perfil público marcado pela assertividade e pela habilidade de transitar em ambientes complexos, seja no setor público ou em representações setoriais.
Como ex-ministra, ex-senadora e agora comentarista, Kátia Abreu amplia sua presença em diferentes campos de atuação, mantendo-se relevante e atualizada em temas variados. A sua recente participação no CNPCP e na CNBC Brasil representa um retorno estratégico ao cenário público e mediático, reforçando sua imagem de liderança e experiência.
A nomeação e a estreia de Kátia Abreu em contexto
A nomeação de Kátia Abreu para o CNPCP por Ricardo Lewandowski e sua estreia como comentarista na CNBC Brasil mostram como a ex-senadora tem mantido sua relevância mesmo após sua saída do Senado. Em um contexto de polarização política e discussões intensas sobre a situação prisional e o futuro da energia, Kátia surge como uma voz que transita entre diferentes áreas, proporcionando uma visão prática e estratégica.
Para Lewandowski, a escolha de Kátia como suplente no CNPCP pode trazer um equilíbrio, uma vez que ela é uma figura de perfil independente, que pode contribuir para discussões sobre políticas penitenciárias e soluções para problemas estruturais do sistema prisional. Já na CNBC Brasil, sua função como comentarista de transição energética reforça o compromisso do canal com temas globais e relevantes para o futuro do país.
Ambos os papéis representam desafios distintos para Kátia Abreu. No CNPCP, ela lidará com questões complexas de políticas criminais, que incluem desde a reintegração social de detentos até a segurança e a gestão dos presídios. Já na CNBC Brasil, seu foco em transição energética a posiciona na vanguarda de um tema que é cada vez mais central para as economias e para a sustentabilidade do planeta.
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