Mario Fernandes, ex-assessor de Bolsonaro e secretário-executivo interino da Secretaria-Geral da Presidência, imprimiu o documento “Punhal Verde e Amarelo” no Palácio do Planalto, detalhando o plano para assassinar as autoridades, em 6 de dezembro. Nesta data, registros mostram que o então presidente Jair Bolsonaro também estava no Palácio, assim como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o major do Exército Rafael Martins de Oliveira, ambos investigados.
Detalhes do primeiro encontro
Segundo o relatório da PF, Fernandes utilizou os equipamentos do Planalto para imprimir o documento que detalhava o plano, enquanto os celulares de Mauro Cid e Rafael Oliveira estavam conectados a redes do local. O relatório aponta que “no mesmo horário, o então presidente da República, Jair Bolsonaro, também estava no Palácio do Planalto”. A investigação levanta suspeitas de que as ações planejadas contavam com o aval ou, ao menos, o conhecimento do então presidente.
Rafael Martins de Oliveira, integrante das Forças Especiais do Exército, foi preso preventivamente junto com Fernandes. Ele é acusado de participação ativa nos atos golpistas.
Segundo encontro no Alvorada
Dois dias após o episódio no Planalto, Fernandes esteve no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, em 8 de dezembro de 2022. O controle de acesso da Polícia Federal confirma que ele chegou às 17h e permaneceu até as 17h40. Neste encontro, segundo a PF, Fernandes discutiu diretamente com Bolsonaro os riscos de perder o controle das manifestações antidemocráticas e buscou apoio para concretizar o plano golpista.
Ainda no dia 8, às 22h56, o general enviou mensagens a Mauro Cid afirmando que Bolsonaro havia dado aval para um golpe de Estado, estipulando que ele deveria ser realizado até 31 de dezembro de 2022, último dia do mandato presidencial.
Investigação avança
A prisão de Fernandes e outros envolvidos na Operação Contragolpe reforça a conexão entre figuras próximas ao ex-presidente e a articulação de movimentos para romper a ordem democrática. A PF também investiga o papel de Mauro Cid e do general Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro, no esquema.
Essas novas informações intensificam a pressão sobre Jair Bolsonaro, que já responde a outros inquéritos relacionados a atos antidemocráticos e à disseminação de desinformação. O caso ressalta o alcance das investigações sobre os atos que colocaram em risco a estabilidade política do Brasil ao final de 2022.
A defesa de Bolsonaro e dos envolvidos ainda não se pronunciou sobre as novas evidências.
Relacionado
Link para compartilhar: