O ex-governador do Tocantins Mauro Carlesse (Agir) foi preso na manhã deste domingo (15) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPTO). A prisão ocorreu enquanto ele seguia para uma fazenda em São Salvador, região sul do estado. De acordo com o Ministério Público, a ação foi motivada por um mandado expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas, que aponta indícios de um possível plano de fuga de Carlesse para o exterior.
Além de Carlesse, também foi cumprido um mandado de prisão na última semana contra Claudinei Quaresmin, investigado por envolvimento em um esquema de corrupção. Ambos são alvos de investigações que miram práticas ilícitas no período em que Carlesse esteve à frente do Executivo estadual.
A TV Meio Norte SBT de Gurupi, Carlesse enfatizou, “Estou aqui para prestar esclarecimentos, para a justiça né. É um mandado né, não sei porquê, dizendo que eu ia fugir do país, coisa parecida a isso, portanto eu não tenho acesso aos autos e portanto eu irei me inteirar para me defender e estou a disposição da justiça. Nunca tive a intenção de sair do país, jamais eu estava sim em Peixe”.
Quaresmin novamente foi alvo de mandado neste domingo (15), expedido pela Justiça.
Histórico e ascensão política
Mauro Carlesse chegou ao governo do Tocantins em 2018, após o então governador Marcelo Miranda (MDB) e a vice Cláudia Lelis (PV) terem seus mandatos cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A cassação, motivada por denúncias de caixa dois na campanha de 2014, levou Carlesse, então presidente da Assembleia Legislativa, a assumir o governo interinamente. Ele se consolidou no cargo após vencer uma eleição suplementar e posteriormente foi reeleito no pleito geral de 2018.
No entanto, sua gestão foi marcada por polêmicas e suspeitas de irregularidades. Em outubro de 2021, Carlesse foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no âmbito da operação “Éris”, da Polícia Federal. As investigações indicavam que ele seria o principal articulador de um esquema de recebimento de propinas e de interferências indevidas na Polícia Civil do Tocantins.
Frente às acusações, o ex-governador renunciou ao cargo em 2021, antes da votação de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa. Seu vice, Wanderlei Barbosa (Republicanos), assumiu a chefia do Executivo estadual.
Novas acusações e prisões recentes
Carlesse continuou sendo investigado após deixar o governo. Em 2023, seu nome foi vinculado a apurações sobre fraudes em licitações na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Tocantins. A investigação revelou esquemas irregulares que teriam ocorrido durante seu primeiro ano de mandato como governador. Na ocasião, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca em propriedades do político, apreendendo inclusive um veículo de luxo.
A prisão deste domingo reforça as suspeitas de envolvimento de Carlesse em crimes contra a administração pública. De acordo com o Ministério Público, os indícios de que ele planejava deixar o país elevaram a gravidade do caso, justificando a necessidade de sua detenção. Ele foi levado ao presídio da cidade, onde ficará sob custódia da justiça.
O Diário Tocantinense abre espaço para que a defesa do investigado comente o assunto.
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