Comercialização nas Ceasas expõe impacto climático e sazonalidade na oferta de produtos agrícolas no Brasil.
O Boletim Hortigranjeiro de dezembro de 2024, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), destaca as principais variações de preços e volumes de comercialização de hortaliças e frutas nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do Brasil em novembro. O levantamento revela os impactos do clima e das condições de produção na dinâmica do mercado.
Preços das hortaliças: alface e cenoura em alta, cebola em queda
Em novembro, as hortaliças registraram comportamentos distintos. O preço da alface subiu significativamente em várias Ceasas, com destaque para a Ceagesp (São Paulo), onde a alta foi de 101,49%. A média ponderada do preço da alface subiu 43,91% em relação a outubro, impulsionada pela redução da oferta devido a chuvas intensas que dificultaram a colheita e o transporte, além do aumento da demanda em dias quentes.
Já a cenoura, após meses de queda, teve uma leve recuperação. A média ponderada dos preços subiu 11,58% em novembro, mas os níveis continuam baixos em relação ao mesmo mês de 2023. A Ceasa de Rio Branco (Acre) registrou o maior aumento, com 48,86%.
Por outro lado, a cebola registrou queda de 4,35% na média ponderada, atingindo os menores níveis de preços dos últimos anos. Essa baixa reflete a sobreposição de safras e o aumento da área plantada em estados como Bahia e Goiás, o que elevou a oferta no mercado.
Frutas: mamão em alta, banana e laranja enfrentam desafios
Entre as frutas, o mamão apresentou alta nos preços devido à redução da colheita e dificuldades de transporte causadas pelas chuvas. Em contrapartida, a banana e a laranja registraram quedas, com a média ponderada do preço da banana caindo 1,61% e a da laranja, 3,13%.
A menor demanda e a concorrência com outras frutas explicam as quedas. No caso da banana, a redução nas exportações e a menor produção em 2024 também contribuíram para a retração nos preços.
Exportações de frutas: leve recuo no volume total, mas faturamento cresce
De janeiro a novembro de 2024, o Brasil exportou 954,5 mil toneladas de frutas, uma queda de 4,53% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar disso, o faturamento superou US$ 1,21 bilhão, um aumento de 0,27%. Mangas, melões e limões representaram mais de 60% da receita gerada, com Países Baixos, Reino Unido e Espanha como principais destinos.
Perspectivas para 2025
As condições climáticas continuarão influenciando a oferta e os preços. A intensificação da safra das águas e o aumento de áreas plantadas devem manter o abastecimento, mas produtores podem repensar novos plantios diante de preços pouco remuneradores em 2024.
O mercado de hortigranjeiros segue dinâmico, com desafios e oportunidades tanto para produtores quanto para consumidores, que precisam estar atentos às tendências sazonais e às variações climáticas.
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