A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada na BR-226 e responsável por conectar os estados do Maranhão e Tocantins, completou duas semanas neste domingo (5). Até o momento, a tragédia resultou na confirmação de 14 mortes, enquanto três pessoas permanecem desaparecidas. Além das perdas humanas, o desabamento expôs problemas críticos na infraestrutura da ponte, que já vinha sendo alvo de denúncias sobre sua precariedade.
O Desabamento e Suas Consequências
O colapso ocorreu no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 15h, quando o vão central da estrutura, inaugurada há mais de 60 anos, cedeu. No momento do acidente, 10 veículos, incluindo caminhões, carros e motocicletas, despencaram no Rio Tocantins. Apenas um homem conseguiu sobreviver.
A ponte desempenhava um papel crucial para o transporte na região, integrando o corredor Belém-Brasília, e seu desabamento não apenas interrompeu a ligação terrestre entre os estados, como também trouxe impactos logísticos para o comércio local e nacional.
Operações de Resgate e Busca
Desde o desabamento, as forças de resgate — incluindo a Marinha do Brasil, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e as polícias Civil e Militar — vêm trabalhando de forma intensiva na busca por vítimas. Equipamentos de última geração foram empregados para localizar os veículos submersos e os corpos das vítimas. Até agora, 14 corpos foram recuperados nas proximidades dos escombros da ponte.
As operações também enfrentam desafios naturais, como as fortes correntezas do Rio Tocantins e a profundidade da área afetada. Mergulhadores especializados têm desempenhado um papel fundamental no resgate, mas ainda há três pessoas desaparecidas, o que mantém as buscas em andamento.
Problemas Estruturais e Denúncias Anteriores
A ponte, construída na década de 1960, passou por uma recuperação estrutural entre 1998 e 2000. No entanto, uma inspeção realizada em 2019 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) já havia identificado a necessidade de intervenções adicionais para garantir sua segurança.
Moradores das cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) denunciaram diversas vezes as condições precárias da ponte. Minutos antes do desabamento, o vereador Elias Júnior (Republicanos), de Aguiarnópolis, gravava um vídeo para registrar os problemas da estrutura. Ele relatou que a ponte apresentava sinais visíveis de deterioração, como rachaduras e ferragens expostas.
Reconstrução e Investigações
Após a tragédia, o Ministério dos Transportes contratou um consórcio de empresas para reconstruir a ponte, com orçamento de R$ 171,9 milhões. A previsão é de que a nova estrutura seja entregue em dezembro de 2025. Até lá, a travessia entre os estados será realizada por balsas.
A Polícia Federal e órgãos ministeriais seguem investigando as causas do colapso. Além disso, as autoridades avaliam a responsabilidade por possíveis omissões na manutenção da ponte.
Impacto Regional e Mobilização
A queda da ponte interrompeu o tráfego em uma das principais rotas rodoviárias da região, impactando o transporte de mercadorias e o deslocamento de pessoas. A solução provisória com balsas tem gerado filas e aumentado o tempo de travessia, afetando a economia local.
Para o engenheiro civil Carlos Mendes, especialista em infraestrutura, “este caso reflete um problema estrutural recorrente no Brasil, onde obras essenciais permanecem sem a devida manutenção. A nova ponte deve ser projetada com padrões modernos para evitar tragédias futuras.”
Com 14 vítimas confirmadas e três desaparecidos, a queda da ponte Juscelino Kubitschek deixou um rastro de dor e trouxe à tona questões sobre a manutenção de infraestruturas críticas no Brasil. Enquanto as buscas continuam, a reconstrução da ponte e a apuração de responsabilidades devem servir como um alerta para prevenir que tragédias como esta se repitam.
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