“O Brasil é reconhecido globalmente por sua liderança em paz e justiça, mas sua ausência em momentos cruciais enfraquece essa posição,” afirmou Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (14). O evento, que reuniu 30 jornalistas, teve a participação exclusiva do Diário Tocantinense entre os veículos de comunicação sendo o único do Tocantins.
Yermak, que lidera os esforços diplomáticos da Ucrânia, criticou duramente a ausência do presidente Volodymyr Zelensky no G20, realizado no Brasil. “Foi um erro estratégico não convidar Zelensky. Essa era uma oportunidade para fortalecer os laços e promover a paz,” disse o representante ucraniano.
Brasil e Ucrânia: Relações Distantes
O chefe de gabinete apontou o que considera um distanciamento preocupante do governo brasileiro em relação ao conflito ucraniano. Apesar de elogiar a decisão de não convidar Vladimir Putin ao G20, Yermak afirmou que o Brasil ainda não assumiu um papel decisivo na coalizão internacional. “O Brasil tem a oportunidade de liderar, mas precisa agir de forma mais firme. O país pode ser um aliado essencial na devolução das crianças ucranianas deportadas e na reconstrução da paz,” declarou.
Yermak também demonstrou frustração com a falta de engajamento do Brasil em iniciativas globais. “Embora o povo brasileiro tenha mostrado solidariedade à Ucrânia, a postura do governo ainda não reflete o nível de parceria que esperávamos,” acrescentou.
Crise Humanitária na Ucrânia
Durante a coletiva, Yermak apresentou dados alarmantes sobre o impacto da guerra nas crianças ucranianas. Mais de 20 mil menores foram deportados à força para a Rússia, muitos deles com nomes e identidades alterados. “Isso não é apenas um crime de guerra; é uma tentativa de destruir nossa identidade nacional,” denunciou.
O chefe ucraniano relatou casos como o de Margarita Prokopenka, de 10 anos, separada da mãe e adotada por uma família russa. Além disso, informou que 596 crianças foram mortas, 1.736 ficaram feridas e mais de 3.800 escolas foram destruídas. “As crianças ucranianas estão crescendo em um ambiente de terror e violência. Precisamos da ajuda da comunidade internacional para mudar isso,” afirmou.
Oportunidades Perdidas no G20
A ausência de Zelensky no G20 foi classificada como uma oportunidade perdida pelo representante ucraniano. “O Brasil, como uma das maiores democracias do mundo, deveria ter usado o evento para propor soluções reais para a crise. Essa decisão enfraquece o papel do país como líder global,” declarou Yermak.
Ele também criticou a aproximação do Brasil com países que, segundo ele, priorizam o congelamento do conflito, como Rússia e China. “A Ucrânia permanece aberta ao diálogo com o Brasil, mas é hora de alinhar ações às palavras,” disse.
Diário Tocantinense: Presença Exclusiva
O Diário Tocantinense foi o único veículo do Tocantins presente na coletiva, destacando-se por sua cobertura de eventos internacionais. Representantes do jornal relataram a importância de dar visibilidade ao impacto global do conflito ucraniano e ao papel que o Brasil pode desempenhar na solução da crise.
Apelo por Parcerias e Soluções Concretas
Yermak encerrou a coletiva com um pedido direto ao Brasil: “Engajem-se mais. O Brasil pode liderar coalizões para enfrentar crises humanitárias e demonstrar sua relevância global.” Ele também sugeriu o fortalecimento de parcerias econômicas e culturais, destacando oportunidades nas áreas de tecnologia, agricultura e aviação.
Um Momento de Escolha para o Brasil
A coletiva deixou clara a insatisfação ucraniana com o atual nível de engajamento brasileiro. No entanto, Yermak reforçou que ainda há tempo para o Brasil assumir uma posição de destaque na busca pela paz global. “O mundo está olhando, e o Brasil pode ser o diferencial entre omissão e ação,” finalizou.
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