Os preços dos hortigranjeiros, como laranja, mamão, feijão e alho, têm gerado preocupação entre consumidores do Tocantins. Dados recentes da CEASA e visitas a supermercados locais mostram variações significativas, revelando os desafios enfrentados pelos produtores e a pressão sobre o bolso dos consumidores.
Análise de preços
Na CEASA de Palmas (dados de 03/01/2025):
- Laranja-pera (kg): R$ 3,00
- Mamão formosa (kg): R$ 4,75
- Feijão carioca (kg): R$ 9,50
- Alho (kg): R$ 25,00
Nos supermercados de Palmas, os mesmos produtos são encontrados, em média, pelos seguintes preços:
- Laranja-pera (kg): R$ 4,50
- Mamão formosa (kg): R$ 6,00
- Feijão carioca (kg): R$ 12,00
- Alho (kg): R$ 28,00
A diferença chega a 50% no caso da laranja e 12% no alho, impactando diretamente as compras semanais das famílias.
Depoimentos de consumidores
Maria Aparecida Silva, dona de casa, diz que precisou reorganizar o cardápio familiar. “Sempre comprei frutas e verduras no supermercado, mas agora estou indo direto à CEASA. Consigo economizar bastante, especialmente no mamão e no feijão. É uma economia que faz diferença no fim do mês”, explica.
Já Joana Ribeiro, também dona de casa, relata a dificuldade em ter acesso à CEASA: “Eu moro longe e não tenho transporte próprio. Acabo comprando no supermercado mesmo, mas fico preocupada porque cada ida ao mercado pesa mais no orçamento.”
Perspectiva de especialistas
Para o economista Roberto Mendes, a diferença de preços entre CEASA e supermercados é reflexo da cadeia de distribuição. “Os supermercados incluem custos como transporte, armazenamento e marketing, o que eleva os preços. A CEASA, por ser uma central de abastecimento, oferece produtos mais frescos e com custos operacionais menores, beneficiando o consumidor direto”, pontua.
A engenheira agrônoma Carla Figueiredo ressalta a influência da sazonalidade. “Estamos em um período em que o preço da laranja e do alho sofre com a alta demanda e menor oferta. No entanto, o mamão e o feijão apresentam estabilidade devido à maior produção regional, o que favorece preços competitivos na CEASA”, explica.
Impactos no consumo e alternativas
A disparidade nos preços tem levado consumidores a buscar alternativas, como feiras livres e compras diretas com produtores. Além disso, aplicativos de comparação de preços têm ganhado popularidade no estado, permitindo que os consumidores encontrem os melhores valores sem precisar se deslocar a diversos locais.
Para Maria Aparecida, a solução foi simples: “Combinei com uma vizinha para dividir o custo do transporte até a CEASA. Compramos juntos e economizamos.”
A busca por preços mais acessíveis em hortigranjeiros é uma realidade no Tocantins. Enquanto a CEASA se destaca pela competitividade, a conveniência dos supermercados ainda pesa na decisão de compra para muitos consumidores. A educação sobre consumo consciente e iniciativas que aproximem produtores e consumidores podem ser caminhos para equilibrar o acesso a alimentos de qualidade e preços justos.
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