O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek (JK), na BR-226, trouxe uma série de gargalos e desafios para as populações de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins. A interrupção do principal eixo de ligação entre os dois municípios provocou desorganização no abastecimento de alimentos, aumento dos preços de produtos básicos e um impacto direto na mobilidade da população.
Dificuldades enfrentadas pela população
Desde o desabamento, moradores relataram um aumento significativo no preço de alimentos e produtos essenciais. Com a interrupção da rota terrestre, comerciantes enfrentam dificuldades para reabastecer estoques, e os custos de transporte alternativo acabaram sendo repassados ao consumidor final. Produtos perecíveis, como frutas, verduras e carnes, estão entre os mais afetados, com relatos de alta de até 40% em alguns itens.
“Antes, recebíamos os produtos rapidamente de Imperatriz ou de outras regiões. Agora, a logística ficou mais cara e demorada. O consumidor é quem sofre mais, principalmente os mais pobres”, afirmou Maria Antônia Ribeiro, comerciante em Aguiarnópolis.
Além disso, moradores enfrentam dificuldades para se deslocar entre os dois municípios. Estudantes, trabalhadores e pacientes que dependem de serviços de saúde em Estreito ou Aguiarnópolis relatam atrasos e dificuldades no transporte diário.
Ações do Governo do Tocantins
Diante da crise, o Governo do Tocantins implementou medidas emergenciais para minimizar os impactos na mobilidade e no abastecimento. Entre as principais ações está a travessia gratuita de passageiros em barcos entre os dois municípios, medida que começou a funcionar no último dia 27 de janeiro.
A operação inicial conta com 10 embarcações, cada uma com capacidade para transportar de cinco a oito pessoas, funcionando diariamente das 5h às 19h. O governo destinou R$ 135 mil para financiar o transporte por 30 dias, com possibilidade de ampliação para um aporte total de R$ 300 mil.
O governador Wanderlei Barbosa destacou que a prioridade é garantir o suporte à população. “Nosso compromisso é atender rapidamente as necessidades dos moradores e garantir que todos tenham mobilidade e acesso ao básico. Estamos atuando de forma emergencial enquanto aguardamos ações federais para resolver o problema da ponte JK”, afirmou o governador.
Além do transporte, o governo está em diálogo com comerciantes locais para avaliar formas de suporte logístico e minimizar os custos do abastecimento de alimentos e outros produtos essenciais. Representantes da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) e da Agência Tocantinense de Regulação (ATR) também estão monitorando a situação nas duas cidades.
Futuro incerto
Embora o transporte fluvial tenha sido uma solução paliativa, os desafios de longo prazo permanecem. A ponte JK é uma estrutura de responsabilidade federal, e ainda não há um prazo definido para reparos ou reconstrução. O prefeito de Aguiarnópolis, Wanderly dos Santos Leite, destacou a urgência de uma solução definitiva. “O apoio estadual tem sido essencial, mas precisamos que o governo federal atue rapidamente para reconstruir a ponte. Nossa população não pode viver indefinidamente em condições de improviso.”
Enquanto isso, a população das duas cidades continua lidando com as dificuldades do dia a dia, aguardando ações que tragam estabilidade e normalidade para a região. A travessia gratuita e as iniciativas do governo estadual representam um alívio momentâneo, mas a demanda por uma solução estrutural ainda persiste.
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