O mercado do boi gordo no Tocantins iniciou fevereiro com recuo nos preços, especialmente para as categorias de fêmeas, pressionado por um aumento na oferta desses animais e pelo alongamento das escalas de abate nas indústrias frigoríficas. Já o boi comum manteve-se estável, indicando que a pressão de baixa está concentrada no mercado de vacas e novilhas.
De acordo com Felipe Fabbri, zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, as recentes movimentações no setor indicam uma maior chegada de lotes de fêmeas aos frigoríficos, o que tem ampliado a oferta e pressionado as cotações para baixo.
“Os preços caíram no Tocantins, principalmente para as fêmeas. Há um relato de uma maior oferta dessas categorias chegando às indústrias e um alongamento relativo das escalas de abate, o que gerou esse movimento de queda no mercado local”, explica o especialista.
Cotações do boi gordo no Tocantins
Região Sul do Estado
- Boi comum: R$ 290,00 por arroba (estável)
- Vaca gorda: R$ 262,00 por arroba (queda de R$ 5,00)
- Novilha gorda: R$ 267,00 por arroba (queda de R$ 5,00)
Região Norte do Estado
- Boi comum: R$ 295,00 por arroba (estável)
- Vaca gorda: R$ 272,00 por arroba (queda de R$ 3,00)
- Novilha gorda: R$ 275,00 por arroba (queda de R$ 5,00)
Para o boi gordo destinado à exportação, conhecido como boi China, os negócios estão sendo fechados na faixa de R$ 300,00 por arroba, um recuo de R$ 3,00 em relação ao dia anterior.
Fatores que pressionam o mercado
Além do aumento da oferta de fêmeas, outro fator que tem influenciado a queda dos preços é a deterioração das pastagens em algumas regiões do estado. De acordo com produtores e analistas, o ataque de pragas tem reduzido a qualidade do pasto, obrigando pecuaristas a acelerarem o descarte de animais para evitar prejuízos maiores.
“A oferta de boiadas em algumas regiões tem começado a chegar com maior vigor para as indústrias frigoríficas, principalmente a oferta de fêmeas mais ao norte do país. Também há relatos de redução da qualidade das pastagens, o que impacta o volume de oferta tanto no Tocantins quanto no Pará e Rondônia”, detalha Felipe Fabris.
Expectativas para o curto prazo
O cenário de preços pressionados deve continuar nos próximos dias, especialmente com a entrada gradual de novos lotes de fêmeas no mercado. No entanto, a procura por boi gordo destinado à exportação pode ajudar a segurar as cotações do boi China.
Para os pecuaristas, a recomendação dos especialistas é monitorar o mercado e ajustar o planejamento de vendas conforme o comportamento das indústrias frigoríficas, que seguem analisando a demanda e as condições climáticas.
“O início do ano tem sido marcado por essa maior disponibilidade de fêmeas, o que reflete diretamente nos preços. Com isso, a comercialização deve seguir pressionada, pelo menos no curto prazo”, finaliza o analista da Scot Consultoria.
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