Nesta terça-feira, 11 de fevereiro de 2025, os mercados financeiros globais reagiram às recentes medidas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, que entrará em vigor em 12 de março, gerou apreensão entre investidores e líderes mundiais.
Desempenho das Bolsas de Valores
Nos Estados Unidos, os índices futuros apresentaram queda. O Dow Jones Futuro recuou 0,17%, o S&P 500 Futuro caiu 0,28% e o Nasdaq Futuro diminuiu 0,40%. Os investidores aguardam o depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso americano, buscando sinais sobre possíveis ajustes na política monetária em resposta às novas tarifas.
Na Europa, as bolsas operaram de forma mista. O índice Stoxx 600 registrou uma leve alta de 0,08%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, avançou 0,23%. O DAX, da Alemanha, subiu 0,11%, e o CAC 40, da França, teve alta de 0,26%. Esses movimentos refletem a cautela dos investidores diante das possíveis repercussões das tarifas americanas sobre a economia europeia.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia em alta de 0,76%, aos 125.572 pontos. Esse desempenho positivo foi influenciado pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, que registrou alta de 0,16%, a menor taxa para o mês desde 1994. Além disso, ações de mineradoras e siderúrgicas brasileiras apresentaram valorização, apesar das preocupações com as novas tarifas americanas.
Impactos das Tarifas de Trump
A decisão de Trump de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio tem potencial para desencadear uma nova guerra comercial global. Países como Canadá, México, Brasil e membros da União Europeia estão entre os mais afetados. A medida visa proteger os produtores domésticos americanos, mas pode resultar em custos mais altos para fabricantes que dependem desses materiais, além de provocar retaliações comerciais de nações parceiras.
Para o Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, as tarifas representam um desafio significativo. As exportações brasileiras de aço e alumínio para o mercado americano somam aproximadamente US$ 3 bilhões. A medida pode afetar negativamente a balança comercial brasileira e pressionar setores industriais relacionados. Além disso, há preocupações de que as tarifas possam levar a uma desvalorização adicional do real, aumentando as pressões inflacionárias internas.
Economistas alertam que a postura protecionista dos Estados Unidos pode resultar em uma desaceleração do comércio global, afetando economias emergentes como a brasileira. Durante a primeira guerra comercial promovida por Trump, o Brasil conseguiu ampliar suas exportações de commodities para a China, compensando parcialmente as perdas no mercado americano. No entanto, desta vez, as oportunidades podem ser mais limitadas, especialmente se novas tarifas forem impostas diretamente sobre produtos brasileiros.
Em resumo, as recentes ações comerciais dos Estados Unidos adicionam um elemento de incerteza aos mercados globais. Os investidores estão atentos às possíveis respostas de outros países e aos desdobramentos econômicos dessas políticas, especialmente em economias fortemente ligadas ao comércio internacional, como o Brasil.
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