O Vaticano divulgou nesta terça-feira (25) um novo boletim médico sobre o estado de saúde do Papa Francisco, de 88 anos. O comunicado informa que a condição clínica do Pontífice permanece crítica, mas estável. O Papa está internado há 11 dias no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, devido a um quadro de pneumonia bilateral associada a uma infecção polimicrobiana.
Atualizações médicas
De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, não houve novos episódios de insuficiência respiratória aguda, o que é um dado positivo, considerando o quadro delicado. O Papa também não apresentou sinais de agravamento da pneumonia, e seus parâmetros hemodinâmicos seguem estáveis.
No início da noite desta terça-feira, Francisco foi submetido a uma tomografia computadorizada previamente programada, como parte do acompanhamento radiológico da evolução da infecção pulmonar. O exame confirmou a permanência do processo inflamatório nos pulmões, mantendo o prognóstico reservado.
Pela manhã, após receber a Eucaristia no quarto do hospital, o Papa retomou suas atividades de trabalho, demonstrando um esforço para manter seu papel à frente da Igreja Católica, mesmo sob tratamento intensivo.
Histórico da internação
O Papa Francisco foi internado no dia 14 de fevereiro, após apresentar sintomas severos de dificuldade respiratória. Exames iniciais revelaram um quadro de pneumonia bilateral grave, que se agravou ao longo dos dias seguintes.
Durante o último fim de semana, fontes do hospital relataram que o Pontífice enfrentou crises respiratórias asmáticas, o que demandou a administração de oxigenoterapia de alto fluxo para garantir a adequada oxigenação sanguínea. Além disso, o Papa apresentou plaquetopenia (queda no número de plaquetas no sangue) e anemia, sendo submetido a transfusões sanguíneas.
Outro fator que preocupa a equipe médica é um leve quadro de insuficiência renal, que, por enquanto, não requer diálise, mas continua sendo monitorado de perto. Segundo especialistas, esse comprometimento pode estar relacionado à própria infecção pulmonar ou ao desgaste geral da saúde do Pontífice.
Apesar da complexidade do quadro clínico, fontes médicas afirmam que houve uma leve melhora nos exames laboratoriais, e o fluxo de oxigênio necessário para sua respiração diminuiu nas últimas 24 horas.
Preocupação e orações pelo Papa
Desde que a notícia de sua hospitalização veio à tona, a comunidade católica mundial tem acompanhado com apreensão o estado de saúde do Papa Francisco. Na Praça de São Pedro, em Roma, fiéis se reúnem diariamente em vigílias de oração pedindo pela recuperação do Pontífice.
Diversos líderes religiosos, chefes de Estado e personalidades manifestaram apoio e solidariedade ao Papa. O presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitou o hospital no último domingo (23) para expressar sua preocupação e desejar uma pronta recuperação. O presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também enviaram mensagens ao Vaticano.
A Conferência Episcopal da América Latina (CELAM) divulgou uma nota oficial pedindo que todos os católicos intensifiquem suas orações pelo Papa Francisco, destacando sua trajetória de humildade e dedicação à Igreja.
O impacto da saúde do Papa na agenda do Vaticano
Diante do quadro clínico de Francisco, algumas agendas e eventos do Vaticano foram suspensos ou adiados. O tradicional Ângelus dominical, celebrado pelo Papa na Praça de São Pedro, foi conduzido à distância por meio de transmissão televisiva direto do hospital.
A equipe do Vaticano já começou a discutir a possibilidade de mudanças em compromissos futuros, caso a recuperação do Papa leve mais tempo do que o esperado. Entre os eventos mais aguardados está a Semana Santa, que começa em 13 de abril, com as celebrações da Páscoa no Vaticano. Caso Francisco não tenha condições de presidir os ritos, é possível que o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, assuma algumas funções.
Reflexões sobre a sucessão
A hospitalização prolongada de Francisco reacendeu especulações sobre uma possível renúncia do Pontífice, seguindo o exemplo de seu antecessor, Bento XVI, que deixou o papado em 2013 por problemas de saúde. No entanto, até o momento, não há qualquer indicativo oficial de que Francisco tenha intenção de renunciar.
Especialistas em Vaticano lembram que Francisco já enfrentou outros problemas de saúde nos últimos anos, incluindo cirurgias no intestino e problemas no joelho, que têm afetado sua mobilidade. Mesmo assim, o Papa tem mantido sua posição de que pretende liderar a Igreja até o fim da vida.
Conclusão
O quadro clínico do Papa Francisco continua sendo acompanhado com atenção, e a comunidade católica segue em vigília por sua recuperação. A equipe médica segue monitorando os sinais vitais e possíveis complicações, mantendo um prognóstico cauteloso. Enquanto isso, o Vaticano se organiza para possíveis ajustes na rotina papal, caso sua recuperação demande um período mais longo de internação e repouso.
A expectativa é que um novo boletim médico seja divulgado nas próximas horas, trazendo mais detalhes sobre a evolução do estado de saúde do Santo Padre.
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