“Anora”, dirigido por Sean Baker, emergiu como um dos principais concorrentes ao Oscar deste ano, surpreendendo críticos e audiências com sua narrativa envolvente e atuações marcantes. Apesar de algumas críticas que tentam rotulá-lo como superestimado, essa visão não se sustenta diante da profundidade e autenticidade apresentadas no filme.
A trama acompanha Ani, interpretada de forma brilhante por Mikey Madison, uma jovem dançarina erótica de Brighton Beach, Nova York. Ani vê em Vanya, filho de um oligarca russo, uma oportunidade de escapar de sua realidade difícil. No entanto, ao se envolver com ele, ela se depara com desafios e desilusões que colocam à prova sua resiliência e sonhos.
Madison entrega uma performance magnética, capturando com precisão as nuances de uma mulher complexa e determinada. Sua dedicação ao papel é evidente, tendo passado por um intenso treinamento que incluiu aulas de pole dance e twerk, além de aprender russo para dar mais veracidade à personagem. O elenco de apoio também se destaca, especialmente Yuri Borisov no papel de Igor, cuja evolução ao longo da trama adiciona camadas significativas à narrativa.
O filme equilibra habilmente momentos de humor e drama, oferecendo uma crítica perspicaz ao “sonho americano” e às disparidades socioeconômicas. A direção de Baker é precisa, proporcionando uma visão autêntica e sem glamour da vida nas margens da sociedade. O desfecho, em particular, é poderoso e provoca reflexões profundas sobre as escolhas e sacrifícios de Ani, evitando clichês e apresentando uma conclusão realista e impactante.
“Anora” não apenas conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2024, mas também solidificou sua posição como um forte candidato ao Oscar de Melhor Filme. A combinação de atuações excepcionais, direção habilidosa e uma narrativa envolvente torna este filme uma obra imperdível que ressoa profundamente com o público.
Link para compartilhar: