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Estimativa de desmatamento na Amazônia Legal para 2024 aponta redução de 30,63%

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), divulgou a estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira (ALB) para o período de 1º de agosto de 2023 a 31 de julho de 2024. Segundo o levantamento, o desmatamento registrado foi de 6.288 km², representando uma redução de 30,63% em relação ao consolidado de 2023, quando a taxa atingiu 9.064 km².

Os dados são provenientes do Prodes – Monitoramento Anual da Supressão da Vegetação Nativa por Satélite, que utiliza imagens dos satélites Sentinel-2 (MSI) e Sentinel-1 (SAR) para mapear áreas desmatadas acima de 6,25 hectares, seguindo a metodologia histórica iniciada em 1988.

Distribuição do desmatamento por estado

A análise revelou que os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas continuam concentrando a maior parte do desmatamento, totalizando 75,84% do total estimado. Abaixo, a distribuição da taxa por estado:

Estado Desmatamento (km²) Contribuição (%)
Acre 448 7,12
Amazonas 1.143 18,18
Amapá *Não disponível *Não disponível
Maranhão 287 4,56
Mato Grosso 1.264 20,10
Pará 2.362 37,56
Rondônia 325 5,17
Roraima 436 6,93
Tocantins 23 0,37
Total ALB 6.288 100%

O estado do Amapá não teve registros significativos de desmatamento, devido aos baixos índices detectados pelo Prodes e pelo sistema DETER no último ano.

Queda expressiva no desmatamento em Rondônia e Mato Grosso

Sete dos nove estados da Amazônia Legal apresentaram redução na taxa de desmatamento entre 2023 e 2024. Os destaques foram Rondônia (-62,51%) e Mato Grosso (-38,28%), que registraram as maiores quedas.

Por outro lado, Roraima foi o único estado a apresentar aumento significativo no desmatamento, com crescimento de 53,52% em relação a 2023. Amapá não teve dados registrados devido à baixa ocorrência de supressão da vegetação nativa.

Estado Prodes 2023 (km²) Prodes 2024 (km²) Variação (%)
Acre 601 448 -25,46
Amazonas 1.610 1.143 -29,01
Maranhão 306 287 -6,21
Mato Grosso 2.048 1.264 -38,28
Pará 3.299 2.362 -28,40
Rondônia 867 325 -62,51
Roraima 284 436 +53,52
Tocantins 32 23 -28,13
Total ALB 9.064 6.288 -30,63%

Mudança no padrão do desmatamento

A análise dos últimos três anos aponta uma mudança no padrão de desmatamento na Amazônia. Enquanto as taxas de corte raso (remoção total da vegetação) vêm caindo, há um aumento significativo no desmatamento por degradação progressiva – quando a floresta perde gradativamente sua estrutura e capacidade de regeneração.

Em 2022, o desmatamento por degradação representava apenas 7,23% do total, aumentando para 20,49% em 2023 e 27,41% em 2024. Esse fenômeno está associado ao aumento das queimadas, que reduzem a biomassa florestal ao longo do tempo até que ocorra o colapso do ecossistema.

A tabela a seguir detalha os diferentes tipos de desmatamento detectados:

Tipo de Desmatamento 2022 (km²) 2023 (km²) 2024 (km²) Participação 2024 (%)
Corte raso – solo exposto 8.127,94 3.842,14 3.432,64 59,01%
Corte raso – vegetação 3.260,16 2.240,77 736,40 12,66%
Mineração 79,72 81,42 52,92 0,91%
Floresta inundada 0,82 0,16 0,65 0,01%
Degradação progressiva 894,12 1.588,71 1.594,10 27,41%

Precisão dos dados e confiabilidade da estimativa

O INPE reforçou a confiabilidade dos dados, explicando que a estimativa foi baseada em 268 tiles prioritários da Amazônia Legal, cobrindo as áreas com maior incidência de desmatamento detectadas em 2023.

O uso das imagens Sentinel-2 e Sentinel-1 permitiu uma cobertura mais ampla, eliminando problemas de interferência de nuvens e garantindo uma análise mais precisa da perda florestal.

A análise comparativa realizada pelo INPE indicou que a amostragem foi robusta, com uma margem de erro reduzida, garantindo que a taxa estimada de 6.288 km² seja altamente confiável.

Conclusão

A redução do desmatamento na Amazônia Legal em 2024 é um avanço significativo, refletindo os esforços de monitoramento, fiscalização e políticas ambientais aplicadas nos últimos anos. No entanto, a mudança no padrão do desmatamento, com o aumento da degradação progressiva da floresta, representa um alerta para a conservação do bioma.

O INPE reforça que essa estimativa preliminar será consolidada no primeiro semestre de 2025, quando todas as imagens do Prodes 2024 forem processadas. A continuidade da fiscalização e de ações estratégicas será essencial para garantir a preservação da Amazônia e a mitigação dos impactos ambientais causados pelo desmatamento.

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