Ação da Polícia Federal resulta na prisão do, assessor do Ministério Público e sobrinho do governador Wanderlei Barbosa, por suspeita de envolvimento em esquema de venda de decisões judiciais do STJ.
Nesta terça-feira, 18 de março de 2025, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma nova fase da Operação Sisamnes no Tocantins, visando desarticular um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação resultou na prisão preventiva do assessor do procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público Estadual do Tocantins, e sobrinho do governador do estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos).
Detalhes da operação
Além da prisão de Thiago Barbosa de Carvalho, a PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao assessor e ao procurador Ricardo Vicente da Silva. As investigações apontam para uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações supervisionadas pelo STJ, o que teria frustrado a efetividade de operações policiais. A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu medidas como afastamento das funções públicas, proibição de contato entre os investigados, restrição de saída do país e recolhimento de passaportes. Os crimes investigados envolvem obstrução de justiça, violação do sigilo funcional e corrupção ativa e passiva.
Contexto e desdobramentos
A Operação Sisamnes teve início em 2023, após a PF ter acesso a mensagens no celular de um advogado assassinado em Mato Grosso, que indicavam um possível esquema de compra de decisões judiciais. Em novembro de 2024, uma fase anterior da operação cumpriu 23 mandados de busca e apreensão e resultou na prisão de um lobista suspeito de intermediar a venda de sentenças.
O nome da operação faz referência a Sisamnes, um juiz corrupto da antiguidade persa, que foi punido por aceitar suborno para proferir uma sentença injusta. A escolha do nome simboliza a luta contra a corrupção no sistema judiciário. Repercussões políticas
A prisão do assessor, além de expor possíveis irregularidades no Ministério Público do Tocantins, lança luz sobre a necessidade de transparência e integridade nas instituições públicas. O fato de o investigado ser sobrinho do governador Wanderlei Barbosa pode trazer implicações políticas e aumentar a pressão por esclarecimentos e medidas de combate à corrupção no estado.
Ao DT O Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que todas as medidas necessárias para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal foram adotadas. A instituição reforça seu compromisso com a legalidade e a transparência e seguirá acompanhando o desenrolar dos fatos, colaborando com as autoridades competentes.
Além disso, o MPTO esclarece que o servidor citado nas investigações que resultaram na operação da Polícia Federal foi exonerado do cargo nesta data.
Próximos passos
As investigações continuam em andamento, e a PF trabalha para identificar todos os envolvidos no esquema. Espera-se que novas fases da operação sejam deflagradas conforme surgirem mais evidências. A sociedade aguarda respostas das autoridades competentes e a adoção de medidas eficazes para prevenir e combater a corrupção no Tocantins e no país
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