Com a proximidade da Páscoa, os consumidores de Palmas, no Tocantins, intensificam as compras de dois dos produtos mais simbólicos da data: peixes e chocolates. Em meio a essa demanda, o Procon Municipal realizou uma pesquisa de preços e conservação dos alimentos em nove estabelecimentos da capital, revelando grandes variações nos valores cobrados — e reforçando a importância de atenção à qualidade dos produtos.
Segundo o levantamento, os pescados apresentaram as maiores oscilações de preço, com destaque para o bacalhau, que chegou a ser vendido a R$ 144,99 o quilo em alguns pontos de venda, enquanto o menor valor encontrado foi R$ 89,99. Já o salmão, outro peixe de alto valor agregado, teve preços variando entre R$ 64,99 e R$ 95,99.
No grupo dos peixes mais acessíveis, o quilo da tilápia foi encontrado entre R$ 18,99 e R$ 23,99, e o tambaqui custava entre R$ 18,99 e R$ 24,99, representando opções populares nas mesas tocantinenses.
No setor de chocolates, as variações também chamaram atenção. Ovos de Páscoa de uma mesma marca chegaram a custar entre R$ 43,99 e R$ 145,69, dependendo do ponto de venda. As tradicionais caixas de bombons sortidos foram comercializadas na faixa de R$ 11,49 a R$ 16,99.
Alerta sobre qualidade e conservação
Mais do que apenas observar os preços, o Procon de Palmas reforça que o consumidor deve estar atento a fatores de conservação dos alimentos, especialmente os pescados, que exigem controle rigoroso de temperatura e higiene.
Segundo Rogério Costa Vargas, gerente de Cálculo, Pesquisa e Defesa do Consumidor do Procon Municipal, “além do preço, o consumidor deve ficar atento à cor, ao cheiro e ao modo de conservação dos pescados antes de efetuar a compra”. Ele destaca ainda que produtos de origem animal deterioram com facilidade, e qualquer alteração sensorial pode indicar risco à saúde.
Já para os produtos de chocolate, o órgão orienta que os consumidores confiram a validade, a integridade das embalagens e evitem produtos com alterações de cor — sinais que podem indicar má conservação, especialmente sob altas temperaturas.
Especialistas reforçam: preço não é sinônimo de qualidade
Para a nutricionista Aline Ribeiro, especialista em segurança alimentar, a Páscoa é um período crítico para intoxicações alimentares. “Pescado é um alimento extremamente sensível. O armazenamento incorreto em temperatura ambiente ou em freezers sem manutenção pode gerar a proliferação de bactérias perigosas”, afirma.
Ela recomenda que o consumidor peça para ver o peixe antes da compra e verifique se há sinais de frescor: olhos brilhantes, carne firme e ausência de cheiro forte são indicativos positivos.
O economista Eduardo Lira, que acompanha sazonalmente os preços no setor alimentício, avalia que as variações nos valores se devem não apenas à diferença entre bairros e perfis de lojas, mas também à falta de planejamento dos consumidores. “Quem compra em cima da hora paga mais. Já quem pesquisa e se antecipa costuma encontrar preços mais acessíveis e melhores opções”, destaca.
Consumidores relatam dificuldade para equilibrar tradição e orçamento
A reportagem conversou com consumidores que circulavam por feiras e mercados de Palmas nos últimos dias. A comerciante Marlene Rocha, de 53 anos, diz que pretende manter a tradição da ceia de Páscoa, mas optou por substituir o bacalhau pelo tambaqui. “O bacalhau está fora da minha realidade. A diferença de preço está absurda. Mas vou fazer uma receita típica com tambaqui assado e legumes. Fica ótimo”, relata.
Já a estudante Vitória da Silva, de 21 anos, diz que preferiu comprar caixas de bombom para presentear os sobrinhos. “Achei o preço dos ovos muito alto. Com o mesmo valor, comprei três caixas de bombom e ainda sobrou para um chocolate pra mim.”
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