O mercado financeiro brasileiro encerrou o pregão desta quarta-feira em clima de otimismo moderado. O dólar comercial registrou queda de 1,45%, fechando cotado a R$ 5,72, enquanto o principal índice da Bolsa de Valores, o Ibovespa, subiu 0,63%, alcançando 130.464 pontos.
O desempenho do mercado foi influenciado por uma combinação de fatores internos e externos. No cenário internacional, a sinalização de arrefecimento nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China contribuiu para a melhora do apetite por risco. Além disso, declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, indicando estabilidade na condução da política monetária dos EUA, ajudaram a derrubar o dólar frente a moedas de países emergentes.
No plano doméstico, a recuperação dos papéis de grandes exportadoras e bancos impulsionou o Ibovespa. As ações da Vale (VALE3), por exemplo, subiram 2,1% com a valorização do minério de ferro no mercado internacional. Já o setor bancário, liderado por Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), se beneficiou da percepção de melhora no ambiente macroeconômico e da expectativa de manutenção da taxa básica de juros pelo Banco Central, atualmente em 10,50% ao ano.
Entre os destaques negativos, a Embraer (EMBR3) liderou as perdas do dia com uma retração de 3,45%, cotada a R$ 60,97. A correção vem após uma sequência de valorização impulsionada por rumores de novos contratos internacionais. Analistas alertam que o movimento reflete realização de lucros por parte de investidores de curto prazo.
A valorização do Ibovespa nesta quarta sustenta o avanço do índice no acumulado do mês de abril, que agora soma alta de 0,16%. No ano, o ganho é de 8,46%.
A leitura do mercado é de que, apesar da volatilidade externa, os fundamentos da economia brasileira — com destaque para o superávit comercial, a estabilidade fiscal relativa e o avanço de reformas no Congresso — seguem sustentando o apetite por ativos nacionais.
Especialistas alertam, no entanto, que a trajetória dos próximos dias dependerá da divulgação de novos dados da inflação brasileira e dos desdobramentos geopolíticos envolvendo o Oriente Médio e a guerra na Ucrânia, que continuam a influenciar os preços das commodities e o humor dos investidores globais.
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