O partido enfrenta seu momento mais delicado dos últimos anos no Tocantins, com uma crise sem precedentes sob a liderança estadual do deputado federal Alexandre Guimarães. Segundo apuração do Diário Tocantinense, a sigla vive um racha histórico, marcado pela ausência de diretórios municipais ativos, fragilidade organizacional e perda de espaço político para adversários internos.
A desarticulação tem provocado um movimento crescente de insatisfação entre filiados, lideranças regionais e pré-candidatos que enfrentam dificuldade de articulação nas bases. Municípios estratégicos, que antes garantiam capilaridade política ao partido, estão hoje sem representações oficiais, gerando um vácuo de comando e comprometendo a mobilização para as eleições municipais.
Fontes ouvidas pelo Diário Tocantinense apontam que a gestão de Alexandre Guimarães tem falhado na condução institucional da legenda. A ausência de diálogo com lideranças locais e a centralização de decisões em torno de poucos aliados contribuem para a fragmentação da sigla, que tem visto adversários históricos ocuparem espaços antes considerados garantidos.
“Estamos enfrentando uma condução apática e sem articulação real. O partido está perdendo musculatura em todo o estado. Nunca estivemos tão desorganizados”, disse, sob reserva, um ex-presidente municipal da legenda no norte do Tocantins.
Além da desestruturação territorial, lideranças internas relatam um processo crescente de desfiliações e migração de quadros políticos para partidos vizinhos que oferecem maior estabilidade e espaço político. Alguns dirigentes de regiões estratégicas afirmam que a direção estadual não atualiza os diretórios há anos, o que impede, por exemplo, a regularização de pré-candidaturas.
A crise se intensifica às vésperas do calendário eleitoral de 2026 e pode impactar diretamente o desempenho do partido tanto em prefeituras quanto na formação de alianças para a próxima eleição estadual.
Para especialistas em política regional, o desgaste da liderança de Guimarães reflete um movimento nacional mais amplo: partidos tradicionais que não conseguiram se renovar ou se adaptar às novas dinâmicas de base e representação. “A crise no Tocantins é uma síntese do que acontece em várias siglas no país: falta de organização, perda de lideranças locais e um abismo entre direção e militância”, analisa o cientista político Marcos Bezerra.
A expectativa agora recai sobre uma possível reorganização de emergência, liderada por quadros mais experientes da legenda ou por articulações externas que pressionam pela substituição da atual direção estadual. Até o momento, Alexandre Guimarães não se pronunciou oficialmente sobre as críticas internas.
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