A hipótese mais provável, segundo a BRAMON, é de que o material registrado seja lixo espacial — detrito de satélites ou componentes de foguetes — reentrando na atmosfera terrestre. A entidade estuda a possibilidade de o objeto estar ligado a uma missão da NASA, com base em dados preliminares de órbita e rastreamento internacional.
“Estamos cruzando os registros com bancos de dados internacionais de objetos fora de controle e em decadência orbital”, afirmou a equipe técnica da BRAMON em nota oficial.
Lixo espacial levanta alertas sobre reentradas descontroladas
O evento reacende o debate sobre os riscos crescentes do acúmulo de lixo espacial em órbita terrestre. Estima-se que mais de 36 mil fragmentos de detritos estejam atualmente circulando em diferentes altitudes, aumentando as chances de colisões e quedas não programadas.
De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), cerca de 5% desses objetos reentram na atmosfera todos os anos. Embora a maioria se desintegre antes de atingir o solo, casos de fragmentos sobreviventes já foram documentados, inclusive com danos materiais em zonas rurais.
Astrocan e BRAMON reforçam importância do monitoramento civil
O registro da reentrada de lixo espacial por estações como a Astrocan evidencia o papel estratégico das redes civis e amadoras na observação astronômica. Equipamentos de médio porte, aliados a softwares de rastreamento orbital, permitem registros de alta precisão em tempo real, com apoio da comunidade científica internacional.
A BRAMON, uma das maiores redes de monitoramento meteoros do mundo, já mapeou centenas de fenômenos e fornece dados para agências espaciais e universidades.
Próximos passos da investigação
O próximo passo da BRAMON é aguardar a liberação de relatórios de rastreamento orbital das agências internacionais para cruzamento com o horário, local e trajetória do objeto.
Se confirmado, este pode ser mais um caso de lixo espacial da NASA reentrando sobre território brasileiro, o que deve ampliar as discussões sobre governança orbital e protocolos de desativação de satélites.
Crédito: Astrocan
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