Sua notícia diária em primeia mão!
sexta-feira 9, maio, 2025
Sua notícia diária em Primeira mão!
sexta-feira 9, maio, 2025
Desde Março de 2018

-

spot_img

Câmara aprova aumento no número de deputados federais; custo anual pode chegar a R$ 65 milhões

Projeto de lei complementar eleva de 513 para 531 o número de cadeiras na Câmara; proposta redistribui vagas com base no Censo 2022 e avança para o Senado

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de terça-feira (6), um projeto de lei complementar que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. A proposta, que segue agora para o Senado, visa atualizar a distribuição das cadeiras entre os estados brasileiros com base nos dados populacionais do Censo 2022, realizado pelo IBGE.

A mudança ocorre dentro da margem permitida pela Constituição, que prevê entre 8 e 70 deputados por estado, conforme a proporção populacional. A alteração representa um aumento de 3,5% na composição atual da Câmara e terá impacto estimado de R$ 65 milhões anuais nos cofres públicos, segundo a Consultoria de Orçamento da própria Casa.

Redistribuição favorece Norte e Centro-Oeste; Sudeste perde espaço

Com a nova distribuição, estados como Amazonas, Santa Catarina e Goiás ganham cadeiras, enquanto Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul perdem representação relativa. A mudança corrige distorções acumuladas por mais de uma década, que a última redistribuição baseada em dados censitários ocorreu em 1993.

O cientista político Henrique Matos, especialista em sistema representativo, avalia que a atualização é constitucionalmente legítima, mas politicamente delicada:

A representatividade deve refletir a realidade demográfica. Mas o momento fiscal, de restrições e crise institucional, torna o gesto impopular. A leitura é de que o Congresso está se expandindo enquanto o cidadão aperta o cinto.”

Impacto financeiro e críticas à expansão do Legislativo

O impacto de R$ 65 milhões por ano considera salários, auxílios, cota parlamentar, pessoal de gabinete e estrutura administrativa para os novos deputados. A justificativa técnica da Câmara é que o número foi congelado em 513 desde 1988, apesar de a população brasileira ter crescido mais de 60% desde então.

Entidades como o Instituto Fiscal Independente e o Contas Abertas criticaram o momento da proposta. Para o economista Gilberto Rezende:

formas de garantir proporcionalidade sem ampliar o número total de parlamentares. Poderia haver apenas redistribuição interna. Criar 18 novas cadeiras gera aumento permanente de custo em um cenário de contenção fiscal.”

Tramitação e cenário no Senado

O projeto segue agora para análise no Senado Federal, onde a tramitação promete ser mais lenta e polêmica. A liderança do governo ainda não se posicionou oficialmente sobre a proposta, que poderá ter impacto também na composição das comissões e nas forças partidárias.

Nos bastidores, pressões divergentes: bancadas de estados em crescimento populacional defendem a ampliação, enquanto parlamentares de estados que perdem representação tentam negociar compensações políticas.

Reação pública e risco de judicialização

Nas redes sociais, o anúncio provocou reação negativa. O termo mais deputados” entrou nos trending topics, com críticas sobre gastos públicos, privilégios e desconexão da classe política com a realidade econômica da população. Organizações civis estudam questionar a proposta no Supremo Tribunal Federal, sob o argumento de que ela fere o princípio da economicidade administrativa.

Especialistas pedem revisão do modelo de representação

A votação reacendeu o debate sobre a proporcionalidade da Câmara. O jurista e constitucionalista Daniel Mendonça lembra que o número de deputados por estado ainda segue uma fórmula arcaica que privilegia entes menos populosos:

A Constituição de 88 permitiu uma faixa entre 8 e 70 deputados, mas esse teto nunca foi ajustado à realidade. O novo projeto não mexe nessa lógica: apenas acrescenta mais deputados. Uma revisão profunda do sistema de representação proporcional seria mais democrática e eficiente.”

Entre o dever de atualizar e o ônus político de crescer

Apesar de constitucional, a ampliação do número de deputados num cenário de baixa confiança institucional e pressão fiscal expõe o Congresso a novas críticas e dificulta o discurso de austeridade do governo federal. Se aprovada pelo Senado, a medida pode desencadear novo ciclo de reformas no sistema representativo — ou apenas reforçar o distanciamento entre Parlamento e sociedade.

Link para compartilhar:

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimas noticias

Sobre autorresponsabilidade

Por Débora Máximo   Uma das coisas mais potentes que venho aprendendo na Psicologia, tanto nos estudos quanto na vida, é...

Conrado Lima: o desafio de lidar com clientes de grandes fortunas

"Segurança e sigilo são prioridades", diz o sócio fundador e CEO da Care Multi-Family Office, hoje com cerca de...

Gkay no Rio: a opção pelo requinte do Laghetto Lifestyle Collection

Influenciadora Gkay escolhe o hotel sempre que tem compromissos na cidade   O conforto e atendimento de excelência em hotelaria falam...

Desfile da San Martini: Uma Onda de Conscientização e Estilo no Coração do Rio

 Desfile da San Martini: Uma Onda de Conscientização e Estilo no Coração do Rio - Na noite de encerramento...
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img

Comendador e Jornalista Billy: Embaixador da Comunicação Premia Talentos pelo Mundo

O Comendador e jornalista Billy, reconhecido como Embaixador da Comunicação, vem se destacando internacionalmente por seu trabalho em homenagear...

Filme “Fica Comigo” é exibido na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul

 Filme "Fica Comigo" é exibido na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul e promove debate sobre saúde mental...
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img