Teve início nesta quarta-feira (7), em Porto Nacional (TO), a primeira Oficina de Preservação de Patrimônio Cultural, Documental e Audiovisual do projeto “Viva Padre Luso”, iniciativa contemplada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e que conta com apoio do Ministério da Cultura, da Secretaria Estadual da Cultura e da Prefeitura Municipal.
A atividade, realizada no prédio da COMSAÚDE, é totalmente gratuita e reúne duas turmas de participantes interessados na conservação da memória documental da cidade. O foco da oficina é capacitar agentes locais com técnicas práticas de conservação, digitalização e organização de documentos históricos, além de conteúdos teóricos sobre legislação, acervos digitais e medidas de preservação patrimonial.
Técnica, prática e memória: capacitação fortalece identidade cultural local
A capacitação é ministrada por especialistas da empresa ArquiTI, sediada em Brasília, com atuação reconhecida em gestão de acervos históricos. Os conteúdos incluem uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), organização de arquivos, digitalização de registros em papel e técnicas de digitalização tridimensional, voltadas para a preservação de objetos físicos — como pertences originais de Padre Luso, que serão transformados em acervo virtual acessível ao público.
Segundo o mestre em Ciência da Informação e arquivista Douglas Francisco, um dos instrutores da ArquiTI, o objetivo vai além da técnica:
“A gente quer não só preservar, mas divulgar. A ideia é que os objetos do Padre Luso, digitalizados em 3D, componham um museu virtual. Vamos usar a tecnologia para trazer o Brasil inteiro a conhecer a história de Porto Nacional e do Tocantins”, destacou.
Projeto une cultura, turismo religioso e memória afetiva
A oficina é a primeira de um conjunto de três previstas pelo projeto “Viva Padre Luso”, que busca preservar e valorizar a trajetória do servo de Deus, reconhecido como símbolo de religiosidade e devoção na região.
A presidente da Associação Amigos do Padre Luso (AAPL), Zulmira Cardoso, destacou o impacto simbólico e cultural do projeto:
“Com essa oportunidade, nós estamos promovendo cultura, turismo religioso e também preservando a memória do Padre Luso, um legado que pertence ao povo de Porto Nacional. É muita gratidão e responsabilidade.”
Turismo de fé e patrimônio imaterial em foco
Representando a Secretaria da Cultura e do Turismo do Tocantins, a turismóloga Ângela Danta lembrou que a oficina também atua diretamente na valorização do turismo religioso e da economia cultural local:
“A digitalização de todo o acervo documental sobre o Padre Luso será fundamental para perpetuar essa história. Vamos ter arquivos físicos, mas também versões digitais — isso garante que as futuras gerações também tenham acesso a esse patrimônio.”
Preservação como política pública: legado da Lei Aldir Blanc
Contemplada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), a oficina representa um modelo de como recursos culturais federais podem ser aplicados em políticas públicas de memória, patrimônio e identidade local. Além da capacitação, o projeto prevê a criação de produtos digitais, exposições e integração entre cultura, fé e tecnologia.
Com a conclusão das três oficinas, o projeto pretende entregar à população de Porto Nacional e à comunidade religiosa nacional um acervo digitalizado, estruturado e acessível, que registre e compartilhe a vida e o legado de Padre Luso.
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