O mercado do boi gordo no Tocantins enfrentou uma semana de quedas nas cotações, reflexo direto da oferta elevada de animais prontos para abate e da cautela dos frigoríficos, que operam com escalas já preenchidas por até nove dias.
Segundo o engenheiro agrônomo e analista de mercado Lorenzo Cracco, o cenário pressiona os preços, já que os compradores se mostram menos dispostos a pagar mais pela arroba. “Uma parcela relevante dos frigoríficos está, inclusive, fora de compras neste momento, aguardando uma melhor oportunidade para retomar as negociações”, observa o especialista ao Diário Tocantinense.
Região Sul: boi e novilha recuam R$ 2; vaca cai R$ 3
Na região Sul do Tocantins, os preços médios recuaram na comparação com a última semana:
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Boi gordo: R$ 293,00/@ (queda de R$ 2,00)
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Vaca gorda: R$ 262,00/@ (queda de R$ 3,00)
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Novilha: R$ 268,00/@ (queda de R$ 2,00)
As escalas de abate permanecem estáveis, atendendo em média a nove dias, o que reduz a urgência dos frigoríficos em fechar novas aquisições.
Região Norte: novilha mantém preço, mas boi e vaca recuam
Na região Norte, o comportamento do mercado também foi de retração, com destaque para a vaca:
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Boi gordo: R$ 290,00/@ (queda de R$ 3,00)
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Vaca gorda: R$ 260,00/@ (queda de R$ 5,00)
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Novilha: R$ 270,00/@ (estável)
Segundo Lorenzo Cracco, a manutenção no preço da novilha pode estar ligada a um movimento de demanda pontual para esse tipo de carcaça, enquanto o restante do mercado segue pressionado pela disponibilidade elevada.
Boi China mantém ágio regional
Mesmo em um cenário de ajuste nos preços, o boi China — animal jovem com padrão exigido para exportações — segue com cotação diferenciada, reflexo da demanda externa:
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Cotação média: R$ 295,00/@
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Ágio de R$ 2,00/@ na região Sul
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Ágio de R$ 5,00/@ na região Norte
Cracco explica que “o ágio é resultado de um mercado mais seletivo, com exigências sanitárias específicas, mas que ainda encontra compradores dispostos a pagar um valor acima da média”.
Perspectiva: cautela e pressão devem continuar
Com escalas de abate já programadas para até oito ou nove dias, o cenário de curto prazo ainda é de mercado pressionado, segundo o especialista. A tendência é de manutenção da cautela por parte dos compradores, que aguardam novos ajustes na oferta e monitoram o comportamento do consumo interno e das exportações.
Todos os preços citados são brutos e com prazo.
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