O custo da carne bovina disparou em outubro, registrando alta de 10,5% no Norte do Brasil, segundo o levantamento Variações de Preços: Brasil & Regiões, da Neogrid. Palmas (TO) e Araguaína (TO), dois dos principais polos consumidores da região, sentem diretamente os efeitos dessa elevação, reflexo da combinação entre menor oferta de animais para abate, alterações climáticas e aumento das exportações impulsionadas pelo dólar valorizado.
A pesquisa da Neogrid aponta que a carne bovina foi um dos itens mais impactados no último mês. O preço médio do quilo na região subiu significativamente devido à escassez de gado. Em agosto, o Brasil vivia um ciclo pecuário favorável, com alta oferta de animais. No entanto, a redução de nascimentos de bezerros – causada pelo aumento do abate de fêmeas – tem pressionado o mercado.
Anna Fercher, head de Customer Success e Insights da Neogrid, explica que fatores climáticos também influenciaram diretamente os custos. “A seca histórica e as queimadas limitaram a produção de pasto, levando muitos pecuaristas a recorrer ao confinamento, uma alternativa mais cara. Paralelamente, a demanda internacional aquecida está reduzindo a oferta interna de carne bovina, impactando diretamente o consumidor brasileiro”, ressalta.
Impacto no orçamento em Palmas e Araguaína
Em cidades como Palmas e Araguaína, que possuem economias atreladas ao agronegócio e consumo interno robusto, a alta nos preços representa um desafio para os consumidores. Famílias têm ajustado o orçamento para lidar com o aumento de 10,5% no valor da carne bovina e com os reflexos nos preços de outras proteínas, como o frango, que subiu 10%, e os ovos, com alta expressiva de 20,6% no Norte.
Além disso, a forte dependência do mercado interno pela carne bovina coloca ainda mais pressão sobre os consumidores locais. Palmas, por exemplo, enfrenta um aumento no custo de vida, que já reflete na cesta básica e nos hábitos de consumo das famílias.
Outros produtos em destaque
O estudo também revelou variações de preços em itens amplamente consumidos na região. No acumulado do ano, o café lidera as altas nacionais com 36,3%, seguido por leite UHT (25%) e ovos (19,7%). No Norte, além das carnes, categorias como água mineral (11,1%) e shampoo (9,3%) também registraram elevações significativas.
Por outro lado, algumas categorias apresentaram quedas importantes entre setembro e outubro. Destaque para legumes (-4,9%), farinha de mandioca (-4,7%) e molho de tomate (-6,5%), itens que podem aliviar o impacto nas compras de final de ano.
Perspectivas para o mercado
Com a proximidade das festas de fim de ano, o aumento contínuo no preço da carne bovina preocupa tanto os consumidores quanto o setor de alimentos. Em Palmas e Araguaína, onde a carne é um elemento central nas celebrações, espera-se que o cenário atual pressione os orçamentos familiares e estimule a busca por alternativas mais econômicas, como frango e suínos.
Especialistas apontam que a recuperação do setor dependerá de condições climáticas favoráveis e de um equilíbrio entre mercado interno e externo. Até lá, consumidores da região Norte, especialmente em cidades como Palmas e Araguaína, deverão continuar enfrentando preços elevados nas gôndolas.
Relacionado
Link para compartilhar: