Ricardo Fernandes I Diário Tocantinense- O mês de abril trouxe bons resultados para os pecuaristas do Tocantins, com elevação nas cotações do boi gordo, vaca gorda e novilha. No entanto, a análise de especialistas aponta que esse movimento de valorização pode não se sustentar em maio. Segundo o zootecnista e analista de mercado Felipe Fabri, da Scot Consultoria, o mercado tende à cautela, com previsão de recuo nos preços motivado por uma combinação de fatores como maior oferta de animais para abate e dificuldades nas exportações.
A arroba do boi gordo foi negociada ao final de abril a R$298,00, tanto no norte quanto no sul do estado. No início do mês, os valores eram R$295,00 no norte e R$287,00 no sul, o que demonstra um avanço consistente. A categoria do boi “boistina” (até 30 meses) também registrou alta, encerrando abril cotada a R$300,00 por arroba, contra R$295,00 na abertura do mês.
Entre as fêmeas, a vaca gorda teve valorização e passou de R$260,00 para R$269,00 por arroba no norte e R$267,00 no sul. Já a novilha gorda começou abril com R$265,00 na região sul e R$268,00 na região norte, finalizando com R$274,00 e R$275,00, respectivamente.
No mercado de reposição, praticamente todas as categorias subiram, com exceção do boi magro, que teve queda de 2,9%. O maior destaque positivo foi a bezerra de desmame, com um salto de R$1.630,00 para R$1.814,00 por cabeça, representando uma alta de 11,3% em apenas um mês.
📉 Expectativas para maio: cautela e pressão no mercado
Apesar do cenário positivo em abril, maio deve trazer uma mudança de rota. De acordo com Felipe Fabri, a chegada da entressafra e a pressão nas pastagens devem aumentar a oferta de bois para abate, ao mesmo tempo em que as exportações seguem travadas. Além disso, o dólar mais fraco reduz a competitividade da carne brasileira no mercado externo, o que pode impactar diretamente os preços pagos aos produtores.
“O mercado tende a operar com pressão negativa em maio. A combinação entre oferta elevada e exportações lentas cria um cenário de atenção para o pecuarista tocantinense”, explica Fabri.
Essa análise vale também para outros estados, como São Paulo, que já registraram queda nos preços no fim de abril. A recomendação é que os produtores acompanhem de perto o ritmo da demanda e estejam atentos ao mercado internacional, que segue sendo um dos principais influenciadores das cotações.
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Felipe Fabri detalha todos os dados, gráficos e projeções do setor no vídeo especial do quadro Quinta do Agro.
A entrevista está disponível no canal oficial do Diário Tocantinense no YouTube e também será destacada no portal.
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