Na noite desta segunda-feira (20), câmeras do Observatório Astrocan, localizado em Nhandeara, interior de São Paulo, registraram a passagem de um meteoro que iluminou o céu por alguns segundos. O fenômeno foi captado pelas estações que monitoram o espaço em tempo real e rapidamente repercutiu entre astrônomos e curiosos nas redes sociais.
Apesar de ser comum associar essas aparições a chuvas de meteoros, o astrônomo Renato Poltronieri, diretor da Astrocan, explica que os registros de objetos espaciais ocorrem durante todo o ano, independentemente desses eventos. “O que ocorreu foi a entrada de um meteoro esporádico, que não está associado a nenhuma chuva específica”, esclarece.
🔭 Como funciona o monitoramento?
A estação da Astrocan faz parte de uma rede de observatórios independentes que utilizam câmeras de alta sensibilidade para captar objetos que cruzam a atmosfera terrestre. As imagens são analisadas por softwares especializados, que identificam a trajetória, velocidade, luminosidade e outros dados físicos do meteoro.
De acordo com Poltronieri, o meteoro registrado viajou a uma velocidade estimada entre 40 e 70 mil km/h, gerando o clarão visível quando sua superfície entrou em atrito com as camadas mais altas da atmosfera. “O atrito aquece o material, que se incendeia e gera o rastro luminoso que popularmente chamamos de ‘estrela cadente’. Dependendo da composição do objeto, ele pode se desintegrar por completo ou, em casos mais raros, gerar meteoritos que chegam ao solo”, detalha.
🌠 O que diferencia meteoro, meteorito e asteroide?
O fenômeno registrado é tecnicamente chamado de meteoro, que corresponde ao rastro luminoso deixado por fragmentos de rochas ou metais espaciais ao entrar na atmosfera. Se o objeto resiste ao calor e ao atrito e atinge o solo, ele passa a ser denominado meteorito. Já os asteroides são corpos maiores, que orbitam o Sol, geralmente localizados entre Marte e Júpiter, na chamada Cintura de Asteroides.
☄️ Fenômenos comuns no Brasil
Apesar de serem mais comentados durante períodos de chuvas como as Perseidas, Geminídeas ou Eta Aquáridas, meteoros esporádicos são comuns no Brasil. “O nosso céu oferece excelentes condições para observação astronômica, especialmente no interior, onde há menos poluição luminosa. Todos os dias, centenas de objetos menores queimam na atmosfera sem que sequer percebamos”, afirma o astrônomo.
🚀 Importância científica
O monitoramento desses fenômenos vai além do encantamento visual. Segundo Renato, os dados coletados ajudam a entender a composição do Sistema Solar, além de fornecer informações sobre potenciais riscos de colisões com objetos maiores.
“A partir da análise de um meteoro como este, é possível determinar sua origem — se veio de um asteroide, de uma colisão anterior no espaço, ou até de resíduos de cometas. Isso é fundamental para a ciência espacial, além de ajudar na educação e na conscientização sobre o nosso lugar no universo”, conclui.
Link para compartilhar: