Caso expõe dinâmicas de poder na indústria do entretenimento e gera debate sobre impunidade de figuras influentes
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, está sendo julgado em Nova York sob acusações de tráfico sexual, conspiração para extorsão e transporte para fins de prostituição. O processo, que teve início em 5 de maio de 2025, inclui depoimentos de ex-funcionários e ex-parceiras que alegam terem sido vítimas de um esquema de abuso e coerção liderado por Combs ao longo de duas décadas.
Depoimentos detalham abusos e ameaças
Cassie Ventura, ex-namorada de Combs, testemunhou sobre uma relação marcada por violência física, emocional e sexual. Ela relatou ter sido forçada a participar de festas sexuais, chamadas de “freak-offs”, muitas vezes sob efeito de drogas, e que essas sessões eram filmadas para possível chantagem.
Regina Ventura, mãe de Cassie, afirmou que Combs exigiu US$ 20 mil para não divulgar vídeos comprometedores de sua filha, valor que ela e o marido chegaram a pagar, embora o dinheiro tenha sido devolvido posteriormente.
Outras testemunhas, como a cantora Dawn Richard e a amiga de Cassie, Kerry Morgan, descreveram episódios de agressões físicas cometidas por Combs, incluindo socos e ameaças de morte. Morgan revelou ter recebido US$ 30 mil para assinar um acordo de confidencialidade após ser agredida.
Investigação revela arsenal e substâncias ilícitas
Durante buscas na residência de Combs em Miami, agentes federais encontraram armas, peças de armamento e objetos relacionados a práticas sexuais. David James, ex-assistente do rapper, testemunhou que Combs carregava consigo uma variedade de pílulas, incluindo uma com a imagem do ex-presidente Barack Obama.
Repercussões na indústria do entretenimento
O caso tem provocado reações diversas no meio artístico. Enquanto algumas celebridades mencionadas nos depoimentos, como Usher e Ne-Yo, ainda não se pronunciaram publicamente, o rapper 50 Cent anunciou a produção de uma série documental sobre as alegações contra Combs, com previsão de lançamento na Netflix.
A defesa de Combs nega todas as acusações, alegando que as relações foram consensuais e que as denúncias são motivadas por interesses financeiros. Se condenado, Combs pode enfrentar prisão perpétua.
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