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Popularidade nas redes não apaga desafios da gestão pública: Wanderlei e Eduardo, dois estilos, dois resultados no Tocantins

Enquanto o governador Wanderlei Barbosa aposta na acessibilidade e no corpo a corpo, o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, celebra números nas redes, mas acumula críticas sobre perseguição política e dificuldades na gestão municipal.

No Tocantins, o uso das redes sociais como ferramenta de comunicação escancara as diferenças de estilo entre dois dos principais nomes da política local: o governador Wanderlei Barbosa e o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos.

De um lado, Wanderlei, com uma trajetória baseada no contato direto, na escuta e na gestão de portas abertas. Do outro, Eduardo, que aposta nas redes sociais como principal vitrine da gestão, mas carrega um histórico de distanciamento da população, especialmente durante sua passagem pelo Legislativo e no período em que atuou como secretário na gestão do próprio pai, Siqueira Campos.

Ambos compartilham a origem. São filhos da história de Palmas. Wanderlei é herdeiro de Fenelon Barbosa,  prefeito do então distrito de Taquaruçu, antes mesmo da criação da capital e primeiro prefeito de Palmas.  Eduardo, primeiro prefeito eleito de Palmas e que tomou posse quando Fenelon Barbosa deixou o cargo, exerceu papel central na construção administrativa de Palmas na década de 1990, período em que seu nome esteve, de fato, próximo da população. Depois disso, adotou um perfil reservado, avesso ao atendimento popular, e ganhou a fama de gestor difícil de ser acessado — uma percepção consolidada tanto por aliados quanto pela imprensa local.

O peso das redes sociais na política

Dados do Instituto DataSenado revelam que 45% dos brasileiros são diretamente influenciados pelas redes sociais na hora de decidir o voto. Plataformas como WhatsApp, Instagram, Facebook e TikTok se tornaram centrais na comunicação política, especialmente em estados de menor cobertura midiática tradicional, como o Tocantins.

O fenômeno é visível na prática. Eduardo Siqueira Campos comemorou recentemente a marca de 100 mil seguidores no Instagram, posicionando-se como o segundo político mais seguido do Tocantins — atrás apenas do governador Wanderlei Barbosa, que também lidera em alcance nas redes, embora sem alarde. Porém, especialistas alertam: presença digital não significa gestão eficiente.

— A internet serve como vitrine, mas não entrega política pública. O gestor que não entende isso está iludindo a si mesmo e à população — afirma o cientista político Marcelo Teixeira, pesquisador em comunicação pública. — A rede social não substitui a entrega de obras, serviços e atendimento.

Duas estratégias, dois resultados

Com três novas salas de aula, a Escola Indígena Sakruiwẽ agora poderá ofertar o ensino médio, ampliando as oportunidades para a comunidade (Foto: Inácio Neto/Governo do Tocantins)

Enquanto  se consolida como um governador presente, que percorre o Estado, ouve prefeitos, atende lideranças e mantém uma rotina de gabinete de portas abertas, Eduardo Siqueira tenta compensar no digital aquilo que deixou de fazer no presencial. A aposta no TikTok, nos reels descontraídos e na construção de uma imagem mais leve nas redes contrasta diretamente com a realidade que circula nas ruas de Palmas.

Na redação, são recorrentes as denúncias de perseguição política. Servidores relatam que, ao se posicionarem contra a gestão, são transferidos para regiões distantes de suas residências, como forma de punição velada. Publicações que trazem essas denúncias frequentemente são apagadas, seja por pressão, seja por receio, seja por moderação direta da própria gestão.

— Isso é inaceitável na administração pública. O princípio da impessoalidade existe justamente para evitar esse tipo de prática. Transferir servidores por motivação política é ilegal e antiético — afirma u,a especialista em gestão pública.

Governar não é algoritmo — é entrega

O contraste entre os dois gestores é mais que um debate sobre redes sociais. É um retrato da diferença de visão sobre o que significa ocupar um cargo público. Enquanto Eduardo constrói um perfil digital que lhe rende curtidas, engajamento e até algum respiro diante das críticas, Wanderlei foca na entrega. E, no Tocantins, um Estado ainda com muitos desafios estruturais — de estradas sem pavimentação a gargalos na saúde e na educação —, a política ainda depende do velho método do olho no olho, da escuta, da presença física.

— A população do Tocantins não vive no Instagram. Ela vive na cidade, na zona rural, nas estradas de chão. Quer resposta, quer obra, quer serviço — reforça Teixeira.

Popularidade digital não apaga desgaste

O desgaste da gestão de Eduardo Siqueira é visível nas ruas de Palmas. Além das denúncias internas, há reclamações constantes sobre a situação da saúde pública, falta de médicos, demora no atendimento e dificuldade de acesso aos próprios secretários da administração.

Wanderlei, ao contrário, transformou sua presença constante no interior em um ativo político e administrativo. A estratégia tem garantido aprovação em alta, fortalecimento das bases e, principalmente, distanciamento de crises relacionadas à falta de diálogo — uma das principais queixas enfrentadas pelo prefeito da capital.

Presença não se mede em seguidores

As redes sociais são, sim, importantes. Elas ajudam a construir narrativas, mobilizar apoio e até gerar percepção de proximidade. Mas o caso do Tocantins é um exemplo claro de que presença digital não substitui presença institucional e muito menos entrega administrativa.

No final, o que fica é a lição: governar é muito mais do que postar.

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