Deputado federal acorda antes das 4h, não tem hora para encerrar atendimentos, envia milhões em recursos, orienta, dá bronca e vive tensão nos bastidores com aliados que garantiram apoio, mas agora flertam com outros projetos
Quando se fala em Carlos Gaguim (União Brasil) nos bastidores da política tocantinense e do Congresso Nacional, há um consenso que atravessa aliados, adversários e observadores: ele é uma máquina de trabalhar.
De perfil intenso, acelerado, por vezes agressivo e frequentemente contraditório, Gaguim funciona como um trator — não para, não descansa e não aceita ouvir “não” quando o assunto é recurso para o Tocantins.
Acorda antes das 4h da manhã, despacha antes mesmo do sol nascer, e não tem hora para encerrar atendimentos. Prefeitos, secretários e lideranças sabem que, com ele, não existe esse negócio de horário comercial. Se for para resolver, vai resolver a qualquer hora.
Uma fábrica de recursos para os municípios
Seja destravando dinheiro em ministérios, seja articulando emendas, seja batendo na mesa para cobrar liberações, Gaguim transformou seu mandato em uma fábrica permanente de envio de recursos para os municípios tocantinenses.
Poucas prefeituras no estado não têm uma obra, um maquinário, uma ambulância, um ônibus ou um projeto com a digital direta do deputado.
Ativo em comissões, presente nas articulações do Congresso e com trânsito livre nos ministérios, Gaguim é descrito por prefeitos como alguém que faz política no trabalho.
Um gestor ouvido pelo Diário Tocantinense resume assim:
“Gaguim não é traíra. Ele cumpre o que promete. E se não consegue cumprir, ele diz na lata. Não espere dele uma falsa promessa. Se dá para fazer, ele faz. Se não dá, ele te fala na hora.”
Bastidores: chateação com aliados que mudaram de rota
Apesar da rotina frenética e das entregas que ninguém questiona, Gaguim vive um momento de irritação silenciosa — ou nem tão silenciosa assim — nos bastidores.
Fontes próximas ao deputado relatam que ele está profundamente chateado com aliados que, durante anos, garantiram apoio ao seu projeto de ser senador, mas que agora estão sinalizando para outros lados, flertando com projetos rivais.
“Gaguim não disfarça. Quem prometeu e não cumpre, ele cobra. Na cara. Doa a quem doer,” revela um interlocutor direto do deputado.
Ele cobra, ele entrega, ele não disfarça
Nos bastidores, a avaliação é que, se Gaguim se sente contrariado, ele não baixa a guarda — trabalha mais, corre mais, entrega mais e, se for preciso, bate na mesa.
“Ele é assim: se tem que orientar, orienta. Se tem que cobrar, cobra. Se tem que resolver, ele resolve. Agora, se não dá, ele não te enrola. Te fala na cara. E quem conhece ele sabe disso,” completa outro prefeito, parceiro de longas datas.
Na prática, Gaguim transformou sua forma de fazer política em uma combinação de entrega real, trabalho constante e uma frontalidade que é tanto sua marca quanto seu risco. Mas que, para os prefeitos, funciona. E muito.
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