Gasolina fecha trimestre em R$ 6,74 no Norte, maior média do Brasil

A gasolina fechou o terceiro trimestre de 2024 com a média mais alta do Brasil na Região Norte, a R$ 6,74 por litro, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). O etanol seguiu a mesma tendência, sendo comercializado a R$ 4,94, o maior valor entre as regiões. No Tocantins, o preço médio da gasolina foi de R$ 6,59, enquanto o etanol ficou a R$ 4,88.

Para o economista José Santana, especialista em combustíveis, essa alta no Norte é reflexo do custo de transporte. “Os desafios logísticos encarecem a distribuição, principalmente em estados como Roraima e Acre, onde os preços são ainda mais elevados.”

Impacto nos consumidores

Em Palmas, no Tocantins, o impacto do preço dos combustíveis tem sido uma constante preocupação para os motoristas que dependem dos veículos para trabalhar. Luiz Fernando, que trabalha como motorista de aplicativo na capital tocantinense, relata que o aumento da gasolina reduziu significativamente seus ganhos. “Antes, conseguia um lucro razoável no final do mês. Agora, com o preço da gasolina a R$ 6,59, o que sobra é muito pouco. Cada corrida precisa ser muito bem planejada para não sair no prejuízo”, explica. O aumento dos custos operacionais tem feito com que muitos motoristas revejam suas estratégias para continuar atendendo.

Márcia Silva, vendedora autônoma do Tocantins que utiliza o carro para fazer entregas, também sente no bolso os efeitos do aumento. Para ela, o peso dos combustíveis no orçamento cresce a cada mês. “As entregas fazem parte da minha rotina de trabalho, mas com o preço da gasolina tão alto, estou gastando mais do que antes. Fico em dúvida se vale a pena continuar a rodar com o carro. É um desafio diário”, afirma. Márcia já cogitou aumentar o valor do frete para cobrir os custos, mas teme perder clientes.

Os motoristas que optam pelo etanol no Tocantins, combustível que historicamente foi mais vantajoso em algumas regiões do país, também estão sentindo os efeitos das altas nos preços. O agricultor Ricardo Alves, que utiliza etanol em sua frota de veículos na região rural do estado, acredita que o combustível não oferece mais a economia de antes. “Mesmo com o etanol a R$ 4,88 no Tocantins, a diferença em relação à gasolina não é mais tão expressiva. Com o consumo mais rápido, muitas vezes a economia não vale a pena”, destaca. O agricultor ainda observa que o etanol, por ser derivado da cana-de-açúcar e do milho, sofre influência direta das safras, o que gera oscilações no preço que acabam atingindo os consumidores de maneira desigual ao longo do ano.

Além dos motoristas que dependem diretamente dos combustíveis para o trabalho, o reflexo do aumento também é sentido em outros setores da economia tocantinense. Pequenos empresários que utilizam o transporte para entregar mercadorias ou oferecer serviços estão repensando suas operações. “Antes, conseguia rodar mais pela cidade com o mesmo valor. Agora, preciso ajustar rotas e até considerar reduzir as entregas para economizar”, compartilha Daniel Freitas, proprietário de uma loja de alimentos orgânicos que faz entregas na capital. O aumento dos combustíveis, segundo ele, afeta não apenas o negócio, mas também os clientes, que podem ter os preços repassados.

Diante desse cenário no Tocantins, muitos motoristas e empresários estão buscando alternativas. Alguns estão considerando o uso de bicicletas elétricas ou até a utilização de transporte público em determinadas rotas para economizar. No entanto, como explica Ricardo, essas soluções são difíceis de aplicar no campo, onde o uso de veículos a combustível ainda é uma necessidade. “Aqui no Tocantins, dependemos muito das estradas e do transporte motorizado. A alta dos combustíveis afeta diretamente nosso trabalho e, por consequência, nossa renda”, conclui.

Desempenho na região

Além de Tocantins, o Acre registrou a gasolina mais cara do Brasil, com o litro a R$ 7,20, enquanto o etanol mais caro foi encontrado no Amapá, a R$ 5,39. Roraima teve o aumento mais expressivo no preço da gasolina, com alta de 2,03%, atingindo R$ 7,02. O etanol segue uma tendência semelhante, registrando aumento em diversos estados.

O IPTL, que acompanha os preços de 21 mil postos credenciados pela Edenred Ticket Log, consolidou dados de mais de 1 milhão de veículos, oferecendo uma média precisa dos preços praticados.

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