O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, condenado a mais de 390 anos de prisão no âmbito da Operação Lava Jato, deixou a prisão nesta segunda-feira, 19. Cabral estava preso desde 2016, na Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, onde aguardava o alvará de soltura.
Na última sexta, 16, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder liberdade para o político. Na semana anterior, a Corte reconheceu, também, a competência da Justiça de Curitiba para julgar Cabral.
Cabral passa a cumprir prisão domiciliar em um imóvel da família em Copacabana, zona sul carioca. Ele terá de cumprir algumas exigências da justiça que foram elencadas no alvará de soltura. São elas:
Usará tornozeleira eletrônica
Só poderá sair de casa com autorização da justiça ou em casos de emergência
Só poderá receber visitas de advogados e parentes
Não poderá fazer festas ou eventos em casa
Não poderá mudar de casa sem autorização da justiça
Deve comparecer ao fórum sempre que intimado
Em caso de novo mandado de prisão precisa se apresentar voluntariamente à polícia
Custear e cuidar da manutenção da tornozeleira eletrônica
O político foi acusado possui 24 ações penais, sendo 23 deles só no âmbito da extinta Lava-Jato.
Repercussão
Nas redes sociais nomes de peso comentam sobre a decisão:
“A responsabilidade fiscal abandonada, as estatais ameaçadas pela volta do loteamento político. Vivemos tempos desafiadores nos quais a honestidade parece ter sido banida.Lutaremos no Senado para restabelecer a verdade e a justiça.O seu apoio será fundamental”, twittou Sérgio Moro, ex-juiz federal.
Deltan Dallagnol, ex-procurador que atuou na Lava Jato, afirmou pelas redes sociais que a operação “não morreu, ela segue viva na luta de cada brasileiro que se indigna com notícias como essa” e que não desistirá de combater a corrupção.
O economista Ricardo Amorim comentou: “Último preso da #LavaJato, Sergio Cabral foi solto pelo STF, apesar da condenação a +d 400 anos de prisão. Como disse na época, reversão de condenação de Lula foi fim do combate à corrupção. Depois, soltaram condenados, acabaram c/ Lava-Jato e perseguiram quem combateu #corrupção.”
O MBL também reagiu pelo Twitter sobre a liberação. “O horário escolhido foi uma sexta de noite, fim de ano. Incrível”, ironizou o grupo.
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