Algumas vezes visto como “vilão” no senso comum, o colesterol, na verdade, é essencial para o bom funcionamento do organismo, em especial como matéria-prima para formação de alguns hormônios, vitaminas e ácidos biliares que atuam na digestão. A exceção ocorre quando esse lipídio se encontra acima dos valores considerados adequados, o que pode ocasionar problemas à saúde.
Também definido como um álcool monoinsaturadoh, o colesterol é naturalmente produzido pelo corpo e apenas cerca de 20% a 30% é proveniente de alimentos. As principais fontes são os alimentos ricos em gordura, como carnes vermelhas, salsicha, leite integral, queijos amarelos e comidas preparadas à base de frituras.
Nesse contexto, uma alimentação mais saudável e a prática de atividades físicas podem ajudar no controle dos níveis de colesterol, que, em excesso, causam acúmulo de gordura no sangue, aumentando o risco, principalmente, para doenças cardiovasculares.
“Embora a qualidade da alimentação seja importante, um fator de grande relevância a ser considerado é o genético, pois pode ocasionar problemas mesmo em pessoas com hábitos saudáveis”, explica a endocrinologista e consultora médica do Sabin no Tocantins, Natália Cinquini.
A especialista destaca ainda que, por não ser hidrossolúvel, o colesterol é transportado por meio de lipoproteínas, sendo estas denominadas de LDL (low density lipoprotein) e HDL (high density lipoprotein).
“Quando em excesso, a LDL pode se depositar na parede dos vasos sanguíneos e levar à sua obstrução, por isso é conhecida como colesterol ruim. Seus níveis devem ser mantidos baixos. Já a HDL, conhecida como colesterol bom, retira o excesso de colesterol da circulação, evitando o entupimento das artérias, devendo seu nível ser mais alto”.
Riscos
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares representam as principais causas de mortes no Brasil. O infarto, por exemplo, cujo principal fator de risco é o nível inadequado de colesterol, ocorre em cerca de 300 mil pessoas por ano, no país. Destes, 30% vão a óbito. Além disso, a pasta estima que, até 2040, haverá aumento de 250% desses eventos entre os brasileiros. Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), popularmente conhecidos como derrames, também podem ser causados por alterações no colesterol. Outros fatores de risco são o tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e arritmia.
Para evitar o colesterol alto e as suas consequências, a consultora do Sabin aconselha o combate ao sedentarismo, com estímulos à prática de exercícios regulares e a adoção de uma alimentação saudável. “O ideal é inserir mais fibras na dieta, como vegetais, folhas e legumes. Troque aquela sobremesa calórica por uma fruta, por exemplo. Também evite bebidas alcoólicas em excesso, cigarro, consumo desregrado de açúcar e alimentos industrializados”, orienta.
Diagnóstico
Segundo Natália Cinquini, o colesterol alto não tem um conjunto de sintomas específicos. Quando o quadro já está mais avançado, é possível que ocorra cansaço, dor de cabeça, falta de ar, dor no peito e palpitações, sintomas associados à formação de placas ateromatosas e aumentam o risco de eventos cardiovasculares.
É muito importante ter atenção à correta regulação do colesterol. Em caso de suspeita diagnóstica, a orientação é procurar um médico que possa avaliar o quadro e solicitar exames. Além disso, os exames de rotina solicitados pelo médico que acompanha a saúde do paciente, ajudam a verificar como estão os níveis de colesterol no corpo, mesmo se não houver sintomas.
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