Especialistas orientam como enfrentar período seco no Tocantins

Enquanto o inverno chega em algumas regiões do País, o tocantinense enfrenta o fim das chuvas e o calor escaldante em um dos estados mais quentes do Brasil. Por este motivo, em meio ao aumento das temperaturas e a intensificação do calor, cuidados essenciais com a hidratação e a proteção solar tornam-se fundamentais para garantir a saúde, especialmente da pele e dos rins.

Para contextualizar é importante compreender que nesta época, a radiação dos raios ultravioleta chega a atingir níveis preocupantes à saúde da população, causando problemas como envelhecimento precoce, melasma, entre outros riscos.

O mais sério deles, o câncer de pele, segundo a médica Moema Barros é definido pelo crescimento fora do comum e descontrolado das células que compõem a pele. Um dos fatores de risco é a grande exposição ao sol sem proteção adequada (quanto mais queimaduras solares a pessoa sofreu durante a vida, maior é o risco dela ter um câncer), histórico familiar e baixa imunidade.

Já o melasma é uma patologia crônica que afeta quem tem predisposição genética e é ativada quando o paciente toma sol em excesso. “Melasma é uma doença crônica da pele onde a pessoa tem uma predisposição genética para o aparecimento do problema, mas somando-se a isso é preciso haver a exposição ao sol. Ou seja, se a pessoa tiver predisposição, mas não tomar sol, o melasma não ativa. Se ela não tiver predisposição e tomar sol também não vai ativar. Tem que ter os dois. Existem alguns fatores que podem estar envolvidos no aparecimento como os fatores hormonais. Por isso que na gestação o melasma pode aparecer ou piorar”, explica a médica.

Quem enfrenta o sol, seja para trabalhar ou para curtir uma piscina ou tomar banho de rio, precisa de cuidados. Conforme a médica, é importantíssimo evitar a exposição durante o horário de pico, das 10 às 16 horas e redobrar a atenção.

“Gosto de indicar sempre o uso de uma camiseta, boné e um chapéu com proteção solar. Principalmente para as crianças que ficam na água e é difícil reaplicar o protetor. Mas a dica principal é sempre o protetor solar”, explica.

A médica também informa que no caso de pacientes idosos ou crianças bebês com peles sensíveis, a tendência é perder mais água. “A pele idosa tem uma predisposição aumentada devido ao sol crônico. É preciso redobrar o cuidado e focar na hidratação. É importante evitar banhos quentes, sabonetes que ressecam a pele. Para as crianças é fundamental o cuidado. Esse sol da primeira infância é perigoso, reflete na vida adulta. A dica é redobrar a atenção”, pontua.

Desidratação

Outro problema que pode surgir com o aumento da temperatura e o calor excessivo é a desidratação. A condição afeta principalmente quem fica exposto em ambientes abertos e transpira mais. De acordo com o médico urologista Danillo Maranhão, quanto mais calor sentimos, mais água o corpo perde e por isso, nesse período do ano é recomendado a intensificação da ingesta de líquidos, principalmente de água.

“Para incentivar o consumo de água sugiro usar garrafinhas. Se você tem uma garrafa de quinhentos ml e você tem que tomar dois litros por dia, então já sabe que vai ter que encher ela quatro vezes ao dia. Minha sugestão é: carregue essa garrafinha, fique com ela sempre visível. É normal durante o trabalho, com a correria do dia a dia, esquecer de tomar água. Mas se você ficar com ela sempre à vista vai lembrar de beber. Existem também aplicativos que te lembram que você pode colocar despertador no celular. E se tiver cansado de beber água, pode variar, tem isotônicos, sucos naturais que também contam para hidratação, porém, a maior parte do consumo tem que ser feita na base da água, porque muitas vezes o suco tem o açúcar, que vai aumentar muito a ingestão de calorias”, explica.

Ainda segundo o médico, a hidratação é importante para todos, mas é preciso redobrar o cuidado com crianças e idosos, porque esse grupo tem tendência a desidratar de forma mais rápida. “É importante os pais, os cuidadores ficarem atentos na ingesta de água dessas populações. Também quem trabalha exposto ao sol precisa ficar mais atento porque vai perder mais água na transpiração, consequentemente tem que consumir uma quantidade maior de água. Essas pessoas geralmente a quantidade que precisa tomar é maior do que quem trabalha, por exemplo, dentro do ar-condicionado”, relata.

Conforme o médico, a regra da hidratação é de 30 a 40ml por quilo de peso em 24h, ou seja, se você tem 70kg vai multiplicar por 40 e assim vai descobrir o volume de água que você precisa ingerir em 24 horas. Portanto, para quem trabalha exposto ao sol essa quantidade precisa ser aumentada e a regra não vale. Danillo alerta que uma regra que sempre é válida para todos é observar diariamente a cor da urina, que deve estar se urina tiver amarelo transparente, reforçando o quadro de hidratação adequado. “Se sua urina começar a ficar amarelo mais forte, provavelmente você está desidratado”.

Danillo ainda esclarece que a desidratação é caracterizada pela sede, boca seca, olho seco, ou quando há alteração da consistência do corpo, e em estados mais graves pode alterar o estado de consciência, o raciocínio pode ficar mais difícil, taquicardia, o paciente fica em estado de sonolência podendo chegar ao coma, que são sintomas de desidratação mais graves.

“A desidratação pode levar a um quadro grave, principalmente quando associado à hipertermia, quando a pessoa está transpirando muito, está perdendo muita água pela transpiração, ou está em um lugar onde a temperatura está muito alta, como lugares fechados. Na hipertermia o organismo vai tentar transpirar ainda mais para tentar abaixar a temperatura e isso só acentua a desidratação. Por isso nesse período do ano temos que tomar muito cuidado, além de beber muita água não ficar muito tempo em ambientes com pouca circulação de ar, que tem a tendência a ficar mais quente porque pode ser prejudicial para crianças e idosos”, finaliza.

 

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