Importação excessiva de leite afeta mercado de laticínios do país; Tocantins já sente na pele os prejuízo, afirma especialista

Segundo os dados emitidos sobre o terceiro trimestre deste ano, as cidades do Tocantins (não mencionadas separadamente) produziram, juntas, 30.369 litros 0,5%, de um total de 5,9 bilhões de litros. 

Além de ajudar nos ganhos do setor produtivo local, as indústrias de laticínios do estado do Tocantins ajudam o Brasil a bater um recorde no volume de leite produzido e no faturamento com o bem agropecuário.

De acordo com o Zootecnista e presidente da Câmara Setorial, Marco Antônio Pitondo, apesar de não listado pelo IBGE ou outro órgão os municípios tocantinenses que alimentam essa cadeia produtiva se concentram na região centro-norte do Estado e, apesar de pequenos, são fundamentais na alimentação tanto dentro e fora do estado. 

“O estado do Tocantins fornece para estados vizinhos, tanto para região sudeste quanto para a região nordeste. São vários estados, como o MA, PA, RN, Rio e SP. Esses laticínios se concentram mais em Araguaína, Colinas, Colmeia e Bico do Papagaio, que tem um bom número de produção. Alguns pequenos laticínios do sul do estado também fornecem em Brasília, Goiás e o próprio Tocantins”, explica Pitondo. 

Apesar de não haver uma base de dados mais detalhada sobre o volume de laticínios produzidos separadamente pelos municípios citados, Pitondo afirma que comparado ao ano passado a cadeia teve uma significativa queda. 

“Não temos essa medição com relação aos número, mas temos a certeza que houve a redução do consumo, infelizmente. No geral houve queda do preço do queijo vendido para as distribuidoras e grandes redes de mercados e mesmo assim a queda do preço das gôndolas, ou seja, para o consumidor, não teve baixa”, explica o especialista destacando que com a queda do preço do queijo foi necessário abaixar o preço do leite para o produtor, o que, segundo ele, tem resultado em prejuízos e preocupações. 

Além disso, Pitondo afirma que o Brasil tem andando com dificuldades, uma vez que medidas implementadas em todo o País abriram espaço para a importação desenfreada de leite em pó – algo visto por toda a cadeia do setor produtivo como prejudicial. 

“Isso tudo está alinhado a uma situação de importação absurda que o país teve, principalmente nesse último trimestre, da Argentina, Uruguai e Paraguai, onde esse volume, desde o início do ano até agora, foi três vezes superior a tudo o que foi importado no último governo. Então teve uma importação muito grande, principalmente de leite em pó, mas que fez com que a bacia brasileira de laticínio ficasse em uma situação muito ruim”.

A preocupação de Pitondo e de toda a cadeia é real, já que essa situação afeta diretamente a economia da região, uma vez que a produção de leite desempenha um papel fundamental na geração de empregos e na movimentação do comércio local. Com a pressão exercida pelas importações, os produtores locais podem encontrar dificuldades para se manterem competitivos e sustentáveis.

Reivindicações 

Diante do problema, entidades representativas dos produtores têm buscado soluções. A falta de comprovação da paridade entre as regras impostas para a produção do leite no Brasil – como as leis trabalhistas, tributárias, ambientais e de meio ambiente frente aos exportadores, Argentina e Uruguai – fez com que representantes do setor pedissem, na última semana, a suspensão das importações. 

Na semana passada, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que o governo irá comprar leite em pó a preços de varejo, como medida emergencial para socorrer os produtores brasileiros que enfrentam a concorrência de países do Mercosul. 

 

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