A prestação de contas da Secretaria de Estado da Saúde relativa ao terceiro quadrimestre de 2020 foi motivo de uma audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira, 29, na reunião da Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do Tocantins.
Passada a fase inicial da exposição dos números, porém, as perguntas de deputados e representantes de outras entidades dirigiram a audiência para as preocupações sobre o combate à pandemia da covid-19.
Em resposta, o secretário Edgar Tollini esclareceu que 10,65% da população no Estado foi vacinada até o presente momento, número que sobe para mais de 90% dos grupos prioritários em municípios como Dueré e Talismã.
Sobre as investigações da CPI do Senado Federal quanto a repasses federais para os Estados, Tollini considerou o Tocantins um alvo pouco provável. De acordo com ele, entre as linhas de investigação como compra de ventiladores, testes rápidos, hospitais de campanha ou cilindros de oxigênio, o Estado apenas apresentou problemas pontuais em Porto Nacional e Tocantinópolis.
“O Tocantins não entrou no radar da crise do oxigênio. Aqui também não se fechou nenhum leito. Só se aumentou”, afirmou o secretário.
O gestor também distribuiu queixas. Alegou dificuldades de encontrar os indígenas, ainda que quatro mil e trezentos deles tenham recebido a primeira dose, e três mil, a segunda.
Atribuiu às empresas contratadas, sem citar quais, falhas no fornecimento. Responsabilizou prefeitos pela suposta demora para buscar as vacinas já recebidas do Ministério da Saúde. “Alguns municípios não buscaram [as vacinas] por duas semanas”, disse Tollini, sem mencionar quais.
Sobrou também para as autoridades federais. “No Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), chamei a atenção de que faltariam kits de intubação. Em setembro [do ano passado], a Pfizer [farmacêutica produtora de uma das vacinas] ofereceu vacinas ao governo federal”, declarou Tollini, que comentou não ter entendido a falta de sequência dessas ações.
Em declarações à imprensa, o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, alegara a resistência a “cláusulas draconianas” de contrato oferecidas por multinacionais do setor, entre elas o veto à responsabilização judicial por efeitos colaterais das vacinas.
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